Justiça condena influenciadora Ana Pink e marido a 9 anos de prisão em Ribeirão Preto, SP


Sentença, proferida nesta sexta-feira (28), pede prisão imediata da acusada. Maiclerson Gomes da Silva já está na cadeia há um ano. Ana Pink e Maick Gomes foram detidos em operação do Gaeco em Ribeirão Preto, SP
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A influenciadora digital Ana Paula Ferreira Duarte, a Ana Pink, e o marido dela, o empresário Maiclerson Gomes da Silva, foram condenados, cada um, a cinco anos de prisão em regime fechado e mais quatro anos e oito meses em regime semiaberto.
O casal de Ribeirão Preto (SP) é acusado de comandar um esquema de empréstimos consignados fraudulentos para lavar dinheiro e teria obtido, ilegalmente, mais de R$ 10 milhões.
A decisão judicial, assinada pelo juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto, acata denúncia do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP) e foi divulgada nesta sexta-feira (28).
Além da pena, a Justiça confiscou também R$ 11,4 milhões do patrimônio do casal, entre eles, casas em condomínios de luxo em Ribeirão, apartamentos e dinheiro. A ordem é para a prisão imediata de Ana Pink. Maiclerson já está na cadeia há um ano.
O filho mais velho de Ana Pink e dois funcionários da empresa foram condenados a quatro anos e oito meses em regime semiaberto.
O caso
A influencer digital e o marido foram presos preventivamente em março de 2022 em uma operação do Gaeco que apontou práticas, como operações bancárias em nome de terceiros, aquisição de dados indevidos no sistema previdenciário por meio de hackers, saques em valores expressivos e movimentações incompatíveis com a renda declarada na denúncia contra o casal e os outros membros suspeitos de participação no esquema.
De acordo com as investigações, foram mais de R$ 10 milhões por mês em empréstimos obtidos de forma indevida e ao menos 360 mil pessoas que tiveram dados pessoais expostos pelo esquema criminoso.
No dia da prisão do casal, também foram apreendidos documentos e extratos bancários. Além disso, a Justiça bloqueou os bens avaliados em R$ 114 milhões do casal e dos outros suspeitos. Ana conseguiu a prisão domiciliar ao alegar que precisava cuidar de quatro filhos, mas a decisão foi revogada.
As denúncias também apontam que o dinheiro era obtido ilegalmente por meio de fraudes na obtenção no crédito consignado.
Segundo as investigações, o casal fechava contratos em nomes de terceiros sem o consentimento deles.
Para isso, o Gaeco aponta que eram obtidas informações sigilosas de beneficiários do sistema previdenciário por uma empresa de software no Vale do Paraíba, que invadiu e explorou a base de dados do INSS.
Essas planilhas compradas por Ana Pink, segundo as autoridades, continham dados como tipo de benefício a receber, existência de eventuais impedimentos, limites para empréstimos, banco e conta em que o pagamento é feito.
Esse mesmo tipo de dado, de acordo com as denúncias, também era obtido por programas-robôs, desenvolvidos por outro investigado, que permitiam a invasão remota do sistema previdenciário
Segundo as autoridades, entre agosto de 2020 e março de 2021, informações sensíveis de mais de 360 mil beneficiários foram extraídas e destinadas aos envolvidos.
Ana negou as fraudes
Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, em abril do ano passado, Ana negou que obteve dados de clientes para a empresa dela de captação de créditos consignados com um hacker.
Segundo a influenciadora, a empresa captava os clientes de forma ativa e receptiva. Ou seja, eles buscavam as pessoas e as pessoas os procuravam.
A influenciadora digital e CEO da Wowe, Ana Paula Ferreira, conhecida como Ana Pink, foi detida em Ribeirão Preto, SP, por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro
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