Área de preservação atingida abriga vegetação típica de cerrado, com animais como onça parda e veado campeiro, e é conhecida por ecoturismo. Pequenos focos em troncos e galhos ainda deixam equipes em alerta. Em oito dias, fogo destruiu área de cerrado do tamanho de 100 campos de futebol em Cajuru, SP
Reprodução/EPTV
Uma área de preservação ambiental com tamanho equivalente a 100 campos de futebol já foi destruída por incêndios que há oito dias atingem uma região conhecida como Serra da Cajuru (SP), município vizinho a Ribeirão Preto (SP).
Segundo o coordenador Sidnei Carvalho, ao menos 72 hectares foram atingidos, sem contar pastos e plantações. O número representa o dobro do que a equipe estimava inicialmente.
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Além dos transtornos respiratórios aos moradores da cidade, que estão a cerca de 15 quilômetros dos locais consumidos pelas chamas, os incidentes prejudicam o ecoturismo, comprometem a vegetação típica de cerrado e o habitat de animais como onça parda, cateto e veado campeiro, que precisam fugir ou acabam mortos pelas chamas.
Fogo na Serra de Cajuru consome grande área de preservação ambiental há 8 dias
“A importância dessa mata para Cajuru é enorme. A gente vive em uma região praticamente de cana e as poucas áreas que sobram de mata estão nessa serra, em alguns locais que foram queimados. É uma área também muito rica para o turismo, porque a gente tem cachoeiras, restaurantes nessas cachoeiras. Queimou muito próximo dessas áreas que faziam o turismo”, diz.
Desde 21 de agosto, quando os incêndios se propagaram por diferentes regiões do estado e do país, Cajuru teve 65 focos de incêndio captados por pelos satélites de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2023, no mesmo período, não houve nenhum registro.
O incêndio na Serra de Cajuru começou em 17 de setembro. Desde então, uma força-tarefa mobiliza Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do estado, brigadistas, sitiantes, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, com apoio de helicóptero, para conter o avanço das chamas.
Serra de Cajuru (SP) foi atingida por incêndios
Reprodução/EPTV
De acordo com Carvalho, as chamas de grande proporção foram extintas, mas o grupo segue em alerta devido à permanência de fogo em galhos e troncos, além do potencial de novos incêndios graças ao calor e à baixa umidade relativa do ar.
Além do trabalho diário de rescaldo, um vigilante contratado por proprietários rurais tem feito rondas noturnas para manter todos avisados.
“A gente chegou aqui, aparentemente tudo tranquilo, mas esse toco queimando é o que vai despertar novos focos de incêndio. Vegetação seca e aí vira mais combustível para propagar o fogo.”
Segundo o coordenador da Defesa Civil, a origem do fogo que destruiu a área de preservação em Cajuru ainda é desconhecida, mas algumas hipóteses foram levantadas, como a possibilidade de uma cerca elétrica ter entrado em curto e atingido um pasto.
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