Ribeirão Preto, SP, tem saldo negativo na geração de emprego em maio


Dados do Caged apontam que 75 postos de trabalho fecharam, caracterizando o segundo pior mês de 2023. Comerciantes dizem que falta qualificação para candidatos. Empresas encontram dificuldades para empregar
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que Ribeirão Preto (SP) teve saldo negativo na geração de emprego em maio: 75 postos de emprego fecharam, caracterizando este o segundo pior mês do ano.
No comércio, 95 vagas foram fechadas em maio, acumulando 275 vagas desde o início do ano. O desempenho negativo veio após um abril considerado positivo, onde o setor abriu 286 vagas.
Isso significa que mais pessoas foram demitidas do que contratadas e, segundo empresários do ramo, a expectativa de aumento nas vendas não se cumpriu.
O gerente comercial Felipe di Lello trabalha em uma loja de doces e não viu o movimento que esperava durante a época de festas juninas. Ele explica que as vendas ainda não voltaram ao mesmo patamar de 2019, antes da pandemia de Covid-19.
“A gente usa a expressão que a venda está andando de lado. Você está com o crescimento praticamente estável, junto com a inflação, então é um mercado que vem de recuperação após a pandemia, mas o que a gente sente é que, no dia a dia, está entrando em um platô, uma fase de estabilidade”.
O setor de serviços, principal gerador de empregos em Ribeirão Preto, fechou o mês de maio com 150 vagas de emprego abertas.
Este também foi o segundo pior saldo do ano, perdendo apenas para janeiro, quando fechou com 311 vagas.
Carteira de Trabalho e Previdência Social
Divulgação Seteq
Falta de qualificação
Para o comerciante Parreira, os números do Caged não representam a realidade. “Eu sei que tem diversas vagas, diversas empresas contratando. Falta qualificação”.
O comerciante diz sentir dificuldade para contratar vendedores e sente falta de profissionais que estejam mais familiarizados com as vendas online.
“Hoje, o vendedor não é mais chegar no balcão, colocar uma peça e falar: ‘posso te ajudar?’. Isso acabou, o vendedor hoje tem que estar preparado pra tirar foto, pra mandar entregar”, diz.
PAT de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Chefe da divisão de trabalho, emprego e renda da Prefeitura de Ribeirão Preto, Luciane Biagiotti afirma que, de fato, existe uma barreira em relação à especialização que vai desde a falta de cursos técnicos à falta de escolaridade.
Todo mês, o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) divulga de 90 a 200 vagas. Nem sempre elas são preenchidas. A saída é procurar se atualizar.
“Nós oferecemos, inclusive, cursos 100% gratuitos pelo Sebrae e Senai, mas a procura é bem pequena. As pessoas, às vezes, não podem pela distância, ou até pela falta de interesse que muitas vezes a gente percebe”.
O comerciante di Lello também afirma que sente dificuldade para contratar novos funcionários e dá uma dica para quem está na busca por um emprego.
“Sempre vá na entrevista apresentável, se comprometa realmente com o trabalho e faça uma entrevista transparente, sem esconder nada para quem está fazendo a seleção”, orienta.
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