Inadimplência em abril cresce 8,5% em Ribeirão Preto, SP, aponta Serasa Experian


Cidade registrou 293,1 mil endividados contra 270,8 mil no mesmo período do ano passado. Maioria das dívidas está relacionada a bancos e a cartões de crédito. Inadimplência cresce 8,5% em Ribeirão Preto, SP, em um ano
O índice de inadimplentes cresceu 8,5% em abril deste ano se comparado a abril do ano passado em Ribeirão Preto (SP), segundo dados divulgados pelo Serasa Experian. Em 2022, a cidade tinha 270,8 mil pessoas endividadas, enquanto que, em 2023, são 293,1 mil. Segundo o levantamento, a dívida média por pessoa hoje é de R$ 6.364.
A costureira aposentada Elenir Fradique da Silva faz parte dessa estatística. Para comprar um tanquinho de lavar roupas, ela recorreu ao carnê. Mas ela não conseguiu arcar com as parcelas e acabou fazendo um empréstimo, complicando ainda mais a situação.
Com as parcelas descontadas do empréstimo consignado, hoje ela recebe apenas um terço do valor da aposentadoria.
“Uma amiga minha fez as contas para mim depois que eu fiz a compra e ela me disse que o valor que eu estou pagando dava para comprar dois tanquinhos”, diz a aposentada.
Depois de sentir no bolso, Elenir aprendeu a lição na hora de fazer as compras. “Hoje eu penso melhor na hora de comprar para não ter mais prejuízo.”
Carnê de pagamento de aposentada em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Segundo a pesquisa, no estado de São Paulo, os principais credores são os bancos, as empresas de cartão de crédito, as prestadoras de serviços básicos – água, energia e gás de cozinha -, e o comércio varejista.
No país inteiro, de acordo com os dados, são 71 milhões de brasileiros endividados, o maior registrado na história.
Os especialistas dizem que na maioria das vezes, as pessoas deixam de pagar o total da fatura do cartão de crédito e acabam comprometendo ainda mais a dívida por causa da cobrança de juros, a mais alta do mercado e que está em cerca de 450% ao ano.
População no Centro de Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP em Ribeirão Preto tem um núcleo com professores e estudantes que analisa entre outros assuntos, os números da inadimplência.
De acordo com o estudante Kauan Coutinho, um conjunto de fatores leva as pessoas a ficarem endividadas.
“No pós-pandemia, as pessoas fizeram empréstimos por conta da diminuição da renda ou porque perderam o emprego. Com a subida dos juros, que hoje chega em 13,75%, as pessoas perdem mais dinheiro para os juros”, explica.
Para Vinícius Nunes Trofani, a principal dica é evitar compras desnecessárias. A pessoa deve se perguntar se ela realmente precisa fazer aquela compra.
“Isso faz com que a pessoa acabe se endividando cada vez mais. Ela precisa fazer um financiamento sempre pensando em pagar uma taxa de juros menor.”
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