Familiares de casal suspeito de torturar filhos adotivos em Colina, SP, relataram agressões, diz delegado


Suspeitos estavam no final do processo de adoção dos irmãos de 6 e 7 anos e tinham a guarda provisória deles. Exame no IML apontou lesões recentes e antigas nos meninos. Casal é investigado pela Polícia Civil por suspeita de torturar crianças em Colina, SP
Depoimentos de familiares do casal suspeito de torturar os filhos adotivos em Colina (SP) ajudaram a polícia na investigação, segundo o delegado Gustavo Lopes Coelho.
“Foram ouvidas diversas testemunhas, e alguns, até familiares próximos, que relataram ter ouvido as agressões. Não chegaram a visualizar, mas ouviram, de fora da residência, situações de agressão por parte dos dois [casal]”, diz.
As crianças, de 6 e 7 anos, estavam na fase final do processo de adoção pelo casal. Por causa disso, os suspeitos já detinham a guarda provisória delas e aguardavam apenas o final do trâmite legal para ficar com elas em definitivo.
Irmãos de 6 ou 7 anos têm marcas de agressão no corpo Colina, SP
Divulgação
No fim de julho, o Conselho Tutelar tomou conhecimento de possíveis agressões praticadas pelo casal. Fotos entregues à polícia mostram machucados e hematomas nas nádegas, nas orelhas e nas mãos das vítimas. O delegado informou que há lesões recentes e mais antigas.
“As lesões foram constatadas no exame médico legal. Elas estavam o tempo todo sob os cuidados desses pais provisórios, eles estavam em processo de adoção. A investigação conclui que a conduta partiu deles e foi denunciada por familiares que também cuidavam, no caso, os tios e avós”, afirma Coelho.
De acordo com o delegado, informalmente, as crianças apontaram os responsáveis pelas lesões, mas elas ainda devem ser ouvidas com apoio de psicólogos.
“Como são crianças, é feito um depoimento especial com profissionais da área, para não criar uma situação de revitimização, então vai ser muito rico esse depoimento. Eles já relataram de forma informal quem seria os responsáveis por essa agressão, mas para formalizar, tem todo um procedimento que deve ser seguido.”
A mulher e o marido prestaram depoimento à polícia, mas negaram qualquer tipo de agressão.
“A mulher alegou que uma das marcas [na cabeça] seria de quando a criança caiu da cama. Quanto às outras, não deram nenhuma explicação”, afirma o delegado.
Por determinação da Justiça, as crianças foram afastadas do casal e estão, provisoriamente, sob a guarda da avó paterna.
O delegado aguarda a chegada de mais laudos para concluir o inquérito aberto para apurar o crime de tortura.
“A prisão exige alguns requisitos legais e até o presente momento não foram verificados esses requisitos, mas a situação pode mudar. Uma vez alterada a situação fática, não impede a decretação de prisão dos investigados.”
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