Casal em Itirapuã, SP, investe na produção de mirtilo, fruta típica de climas mais frios


Produtores contam que passaram dois anos pesquisando sobre cultivo antes de começar negócio. Plantação é única na região de Ribeirão Preto (SP) e tem proposta sustentável. Casal de Itirapuã investe na plantação de mirtilos
Um casal de Itirapuã (SP) decidiu investir na plantação de mirtilos e há três anos Elzira e Uberto Matarazzo são os únicos na região de Franca (SP) a plantar a fruta. A produção é comercializada, principalmente, em São Paulo (SP).
Conhecido no exterior como blueberry, o mirtilo é uma fruta com tons meio em azul e roxo e seu consumo se dá, principalmente, in natura. Ele costuma gostar de climas mais frios, por isso, a produção no Brasil, normalmente, se concentra na região Sul do país.
Porém, o casal de Itirapuã decidiu ousar e aposta na produção por aqui. Após pesquisar bastante sobre os mirtilos, Elzira e Uberto resolveram plantar a espécie Biloxi, que se adapta melhor a climas temperados, ou seja, nem tão frio, nem tão quente.
“Fomos visitar o Peru e vários outros lugares. Ficamos dois anos pesquisando sobre o mirtilo. E por ser uma fruta maravilhosa, que faz super bem para a saúde e tem muitas propriedades, achamos de plantar aqui na região de São Paulo, perto de Franca e Ribeirão”, conta a produtora rural.
Produção de mirtilos em Itirapuã, SP, é a única da região
Reprodução/EPTV
Cuidados com a plantação
A plantação é feita em vasos e o ambiente precisa ser telado por conta dos animais silvestres que gostam do sabor doce e azedo da fruta.
Além disso, tanto a irrigação quanto a adubação são calculadas para as necessidades da planta.
“Tudo tem irrigação. Elas recebem água e adubo cinco vezes por dia durante quatro minutos cada pulso. E a gente vai fazendo uma análise de folhas para saber o que elas precisam, como uma pessoa vai fazer análise de sangue, e a gente vai regulando a adubação conforme a análise pede”, conta Uberto.
Plantação de mirtilos em Itirapuã, SP, é feita em vasos e ambiente é telado
Reprodução/EPTV
Colheita manual
A safra começou em agosto e vai até novembro e a expectativa do casal é de ter uma produção de 15 toneladas.
Na hora da colheita, o trabalho tem de ser feito de forma manual, para não retirar uma cobertura esbranquiçada, que indica a qualidade e o frescor do mirtilo.
“Tem que pegar com bastante jeito, senão você pode macetar a frutinha, coisa delicada”, explica Aparecida de Fátima, auxiliar de produção.
Colheita de mirtilos em Itirapuã, SP, precisa ser feita manualmente
Reprodução/EPTV
Da terra para casa
Uma das vantagens da produção em Itirapuã em relação às internacionais é a entrega rápida para o mercado consumidor.
Segundo Uberto, a entrega costuma levar cerca de dois dias para a capital paulista.
O mirtilo sai do pomar direto para o setor de embalagem, que fica em uma câmara fria. Depois vai para uma máquina que seleciona as frutas por tamanho.
As maiores passam por uma segunda seleção antes de serem embaladas para consumo in natura. Já as menores viram geléia, que é produzida no próprio sítio. São três tipos com diferentes quantidades de açúcar.
Mirtilos em Itirapuã, SP, passam por seleção de tamanho para serem embalados
Reprodução/EPTV
Produção sustentável
A plantação do casal tem a proposta de ser o mais sustentável possível, utilizando apenas produtos naturais, sem nenhuma química.
“Nós só não somos orgânicos porque a legislação não permite ser orgânico se for plantado em vaso, mas todo o resto, a gente fala que a nossa lavoura é sustentável. Ou seja, ela é feita da forma mais natural possível”, explica Uberto.
Mirtilos menores se tornam geléias no sítio de Itirapuã, SP
Reprodução/EPTV
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