Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto desenvolvem biomaterial que promove regeneração óssea


Produto é composto por colágeno e açúcar de algas marinhas, e mostrou resultados promissores em testes de laboratório; veja como funciona. USP em Ribeirão Preto desenvolve biomaterial que estimula regeneração óssea
Pesquisadores do departamento de química da USP de Ribeirão Preto (SP) desenvolveram um biomaterial a partir de colágeno e açúcar de algas que deve ajudar a regenerar e substituir ossos humanos no tratamento de doenças.
▶️ O que muda? Atualmente, é necessário retirar uma parte do osso da própria pessoa e implantá-lo no local necessário.
A aposta dos pesquisadores é que, com o biomaterial regenerador, o paciente que precisa do reparo ósseo não vai ter que passar por esta cirurgia.
“A gente tem esse estímulo [genético] pras nossas células osteoblásticas crescerem e desenvolverem esse reparo ósseo”, diz a pesquisadora Maryanne Trafani De Mel.
Biomaterial desenvolvido na USP de Ribeirão Preto promove regeneração óssea
Reprodução/EPTV
⭐ Qual é o diferencial? Segundo a coordenadora da pesquisa, Ana Paula Ramos, existem outros produtos usados pela medicina nestes casos. No entanto, o biomaterial produzido pela USP é o que mais se aproxima do osso humano, o que favorece o processo de regeneração óssea.
“A chance de rejeição é praticamente zerada”, afirma a coordenadora.
🔢 Resultados e próximos passos: os resultados obtidos em laboratório são promissores, e os próximos passos do estudo serão os testes em animais (a primeira fase para validar o resultado em organismos vivos), em seguida, o teste do biomaterial em humanos.
Biomaterial desenvolvido na USP de Ribeirão Preto promove regeneração óssea
Reprodução/EPTV
👉 Como é feito?
O biomaterial é resultado de dez anos de pesquisa da faculdade de química. Este estudo, em específico, começou em 2019.
O pesquisador e autor da pesquisa Lucas Fabrício Bahia Nogueira explica que a proposta de utilizar o açúcar das algas marinhas foi uma maneira de substituir outros compostos que também estão presentes na composição dos ossos.
“O colágeno é a proteína majoritária, mas existem outros compostos não colagênicos que também são importantes na composição e na organização desse sistema, desse material que nós estamos produzindo tentando imitar o que existe naturalmente”, explica Nogueira.
O colágeno é extraído do tendão de animais. Já o açúcar é separado de algas marinhas e, no laboratório, os dois são purificados antes de serem misturados para formar um gel.
Biomaterial produzido na USP de Ribeirão Preto, SP, promove regeneração óssea
Reprodução/EPTV
Esse gel é armazenado em uma estufa em uma temperatura de 37ºC por 12 horas. Depois deste tempo, o resultado é uma membrana redonda e branca no centro do pote onde foi armazenada. Após secar, o molde fica parecido com a formação óssea do corpo humano.
Além do benefício para os pacientes, o material também pode ser usado para o estudo de doenças, diminuindo o uso de animais para este fim.
“O uso desse tipo de material, acelera o conhecimento do comportamento com o sistema vivo e reduz o tempo de pesquisa e num futuro próximo poderá ser feito uma seleção de qual é o melhor biomaterial para ser efetivamente aplicado para uso em humanos”, explica o professor de bioquímica Pietro Ciancaglini.
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