Economia, foco, contatos: por que coworking tem ganhado cada vez mais adeptos em Ribeirão Preto, SP


Espaços de trabalho compartilhados já chegam a 1,6 mil em todo o Brasil e estão se expandindo para o interior de São Paulo. Espaços compartilhados de trabalho se expandem para o interior
O consultor de franquias Rodrigo Farinelli trabalha sozinho, mas não isolado. Frequentador de um espaço de trabalho compartilhado, um coworking em Ribeirão Preto (SP), ele conseguiu aumentar o faturamento conversando com seu vizinho de mesa.
“Eu fiz o contato com um empresário que estava na minha frente e hoje a gente tem uma consultoria de marketing pra eles junto com outros negócios que a gente trabalha no dia a dia”, explica o consultor.
Eles não são os únicos a procurarem espaços de coworking para trabalharem. Uma pesquisa da consultoria Newmark apontou que os escritórios dessa modalidade já somavam 1,6 mil unidades no país ao final de 2022. Boa parte delas – 40% – está concentrada no estado de São Paulo.
Espaço de coworking em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
O mesmo levantamento aponta que o Brasil é o terceiro país com maior aumento na procura por coworking, atrás da Espanha e do Reino Unido. Depois de conquistar as capitais brasileiras, a tendência vem conquistando o interior de São Paulo, que é, com o Triângulo Mineiro e o Centro Oeste, o foco de crescimento do setor.
Todos são bem vindos, desde trabalhadores autônomos até gerentes de grandes empresas. A tendência surgiu, principalmente, após a flexibilização dos modelos de trabalho provocada pela panderia da Covid-19.
A produtora de eventos Fernanda Moura trabalha em um coworking de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Quais são as vantagens?
Redução de custo e aumento de produtividade. A produtora de eventos Fernanda Moura viu as despesas dela caírem 90% após começar a frequentar um coworking em Ribeirão Preto. Antes, ela costumava trabalhar em São Paulo.
“Primeiro que você não precisa arcar com o aluguel, com toda burocracia de buscar um espaço que te agrade e você ter que arcar com todas as despesas de um aluguel, IPTU. Então, eu vejo várias vantagens em vir aqui”, explica Fernanda.
A arquiteta Anelisa Machado, que atende um número reduzido de clientes, não vê motivos para montar um escritório inteiro só para ela, mas também não quer continuar trabalhando em casa. A solução foi o coworking, onde ela sente que a produtividade aumenta.
“Sempre que eu venho para cá eu consigo sentar e focar no que eu preciso fazer”, diz.
O foco também foi o motivo que fez a gerente comercial Karla Pierazzo procurar um coworking no Centro de Ribeirão Preto. Ela, que trabalha à distância para uma empresa do Recife (PE), alugou duas cabines: uma para ela e outra para a assistente.
“Desanima trabalhar em casa, não tem muito foco. Tem as filhas, os cachorros, então a gente acaba se preocupando com outras coisas e não dá tanto foco no trabalho”, diz Karla.
A gerente comercial Karla Pierazzo, a arquiteta Anelisa Machado e a proprietária do coworking onde elas trabalham Débora Calvacante
Reprodução/EPTV
Como funciona?
Os espaços podem ser pagos por mês, por dia e até por hora, e a procura tem aumentado em todas as modalidades. Em inglês, a expressão coworking signifca trabalho ou espaço compartilhado, onde vários profissionais e até empresas de diversas áreas dividem o mesmo ambiente.
A procura tem aumentado em todas as modalidades. Débora Cavalcante, proprietária de um coworking no Centro de Ribeirão Preto, tem notado essa tendência. Às vezes, os dias começam tranquilos, apenas com os mensalistas na agenda online.
“De repente, começam a surgir as reservas de pessoas que estão chegando à cidade ou de pessoas que compram pacotes para utilizar durante o mês e que sente a necessidade de, naquele dia, vir trabalhar”, revela Débora.
Coworking no Centro de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
O que eles oferecem?
Os coworkings variam: podem ser pequenos ou imensos como o centro empresarial em Ribeirão Preto que aluga desde um único lugar a mesa até salas e espaços abertos de 2 mil metros quadrados.
“A gente acaba recebendo da região como um todo pessoas de fora, profissionais que vêm fazer negócios na cidade, que querem um espaço para uma reunião, um espaço para poder trabalhar durante um período, durante o dia”, explica o gestor do centro empresarial Eduardo Brondi.
O coworking de Débora, inaugurado há dois anos, também é um exemplo. No espaço ocorrem treinamentos, entrevistas, reuniões. Dos clientes, 66% são funcionários de empresas e 33% são autônomos.
Lá, pessoas como Fernanda, Anelisa e Karla têm direito a usar uma vaga no estacionamento, móveis, internet, sala de reunião que se transforma em estúdio audiovisual e claro, ao cafézinho para manter o ânimo durante o dia de trabalho.
Centro empresarial em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Qual o futuro desses espaços?
Para o CEO de uma multinacional de coworking Tiago Alves, a tendência é que o número de coworkings continue crescendo. Ele explica que regiões como a de Ribeirão Preto têm uma alta demanda pelos espaços flexíveis de trabalho.
“Nessas cidades, o mercado carece do que há de mais moderno em espaços de trabalho, arquitetura, design inovador, tecnologia de ponta”, afirma o CEO.
Segundo ele, além de atender essas demandas, os espaços compartilhados trazem benefícios a todos os tipos de trabalhadores.
“Os espaços flexíveis de trabalho vão beneficiar o pequeno empreendedor de Ribeirão Preto até mesmo a grande empresa que, a partir de agora, com o trabalho híbrido, está contratando novos recursos nessas praças”, diz Alves.
Para Débora, compartilhar é mais do que uma tendência: é uma evolução. “Eu acho que depois da pandemia a gente percebeu que todos somos um coletivo […] Eu acho que a coletividade é o futuro”, diz.
Espaços compartilhados de trabalho se expandem para o interior
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Adicionar aos favoritos o Link permanente.