
Desaparecido em 1º de junho, após ser colocado em uma caminhonete, Alex Santos foi encontrado morto quase uma semana depois em Pontal (SP). Quatro pessoas foram presas. Alex Santos, de 16 anos, foi encontrado morto em 7 de junho, dias depois de desaparecer de casa em Pontal (SP).
Acervo EP
Quase duas semanas depois do desaparecimento que resultou na morte de Alex Gabriel Santos, de 16 anos, em Pontal (SP), a Polícia Civil segue com as investigações para detalhar as circunstâncias do caso que comoveu não só moradores do interior de São Paulo como de todo o país.
A principal suspeita das autoridades é de que o adolescente, agredido e levado à força em uma caminhonete que havia parado em frente à casa dele, foi torturado por um grupo de pessoas por causa de um telefone celular que ele havia encontrado.
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Ao menos quatro suspeitos foram presos temporariamente e respondem por tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Na cronologia a seguir, veja os principais pontos do caso:
O desaparecimento
Alex Gabriel Santos foi dado como desaparecido pela família em 1º de junho, um domingo. Naquela madrugada, segundo a irmã, ele havia saído para ir a um depósito de bebidas próximo e chegou a voltar para casa empolgado porque havia encontrado um celular. Depois disso, quando todos foram dormir, ele não foi mais encontrado.
Segundo testemunhas, durante aquela mesma madrugada, pessoas que estavam em uma caminhonete o levaram à força depois de irem até a casa do adolescente.
As buscas
Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi morto em Pontal, SP
Arquivo pessoal
A partir de então, a mãe de Alex, Evilene Pereira dos Santos, que estava viajando no dia do desaparecimento, registrou um boletim de ocorrência e começou a fazer buscas, ainda na esperança de que ele pudesse estar vivo.
No dia 4 de junho, cães farejadores da Guarda Civil Municipal de Sertãozinho (SP) identificaram, com auxílio de roupas entregues pelos familiares, que o adolescente esteve às margens do Rio Pardo, em Pontal (SP). Essa descoberta auxiliou o Corpo de Bombeiros a traçar um ponto de partida para as buscas.
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Suspeitos presos
Entre os dias 5 e 6 de junho, a Polícia Civil cumpriu quatro mandados de prisão temporária, três deles na região de Ribeirão Preto (SP) e um em Minas Gerais. São eles:
Uanderson dos Santos Dias, 19 anos – preso nesta sexta-feira (6), após se apresentar à Delegacia de Pontal;
João Guilherme Moreira, 27 anos – preso na quinta-feira (5), apontado como dono do celular que teria sido levado pelo adolescente;
Alex Sander Benedito Ferreira, 23 anos – preso na quinta-feira (5);
Jean Carlos Nadoly, 28 anos – preso em Minas Gerais, também na quinta-feira (5).
Também nesse momento, a perícia na caminhonete apontada como a que foi usada no sequestro do adolescente já indicava vestígios de sangue na caçamba. Até então, um dos suspeitos confessou que o adolescente foi levado a um galpão e agredido, mas foi deixado em uma estrada de terra próximo a uma mata, perto do distrito de Cândia, em Pontal.
As defesas dos presos não foram localizadas para comentar o caso.
Policiais onde corpo do adolescente Alex Gabriel Santos, de 16 anos, foi achando no dia 7 em Pontal, SP
Werlon Cesar/EPTV
Caso é tratado como homicídio
A partir da prisão do quarto suspeito, o delegado seccional de Sertãozinho, Plaucio Fernandes, confirmou que o caso passou a ser tratado como homicídio. Os crimes de tortura e ocultação de cadáver também passariam a constar no inquérito policial.
Isso porque novos indícios foram encontrados às margens do Rio Pardo, entre Pontal e o distrito de Cândia, incluindo um tênis de Alex, sinais de sangue e terra remexida, o que reforçou a hipótese de que o corpo tinha sido deixado ali.
Naquele momento também, a Polícia Civil identificou uma mulher, tratada como testemunha, que é funcionária do depósito de bebidas e que teria levado o dono do celular até a casa de Alex na data das agressões.
Corpo é encontrado
O corpo de Alex foi encontrado pelos bombeiros no dia 7, um sábado, às margens do Rio Pardo, na mesma região investigada pela polícia. Um primo relatou que o corpo apresentava sinais de tortura severa: a vítima estava amarrada pelos braços e pernas com arame e corda, e um saco na cabeça.
Enterro e comoção
O corpo de Alex chegou a Pontal no domingo (8), por volta das 14h, para a realização do enterro. O sepultamento foi realizado sem a realização de um velório, logo depois do traslado a partir do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP).
Centenas de pessoas, vestidas de branco e com balões brancos, acompanharam o cortejo até o cemitério e pediram justiça.
Enterro de Alex Gabriel Santos reúne multidão e tem pedidos por justiça em Pontal, SP
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