Alunos com deficiência visual visitam Museu Casa de Portinari em Brodowski, SP


Educandos da Adevirp puderam ouvir, sentir e se transformar em personagens da obra do artista. Museu Casa de Portinari recebe visita de alunos da Adevirp
Alunos da Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto (Adevirp) tiveram uma experiência única: por meio de uma visita acessível, eles puderam mergulhar na vida e na obra de Cândido Portinari.
A visita monitorada ao Museu Casa de Portinari, em Brodowski (SP), contou com recursos de audiodescrição e réplicas de objetos retratados nas para que os alunos pudessem tocá-los. O encontro terminou com um café da manhã especial em comemoração aos 25 anos da Adevirp.
“É um deslumbramento pra quem não pode ver, poder tocar e sentir que aqui, nesse museu, totalmente acessível, que nós podemos ser tocados pelas obras de Portinari”, diz Marlene Cintra Taveiro, psicopedagoga e presidente da Adevirp.
Marlene Cintra Taveiro, psicopedagoga e presidente da Adevirp, explora maquete tátil do Museu Casa de Portinari
Reprodução/EPTV
Por meio das explicações das educadoras, dos objetos e maquetes, ela e toda a turma tiveram acesso ao mundo particular do pintor que passou a infância em Brodowski. Os alunos puderam tocar a bancada, sentir a textura das telas e a carícia dos pincéis de Portinari.
Segundo a organização do Museu Casa de Portinari, o local tem diversas alternativas para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência como acessos adaptados, vagas de estacionamento própria, cadeira de rodas, andador e bengala, textos informativos em braile, apresentação do museu em Libras, réplicas táteis e mais.
“O museu tem esse compromisso de ser uma instituição cultural inclusiva que propicie para todos os tipos de público a possibilidade de conhecer a sua obra. Conhecer a nossa cultura, a nossa gente, as nossas coisas através desse retrato profundo, completo e apaixonado que ele fez do nosso país”, diz a diretora do Museu Casa de Portinari Angélica Fabri.
Ouvir, sentir e se transformar em personagens são formas para fazer deficientes visuais verem. A educanda Paloma da Silva Nascimento mergulhou no universo da obra “O café de 1905”, quadro que deu destaque internacional a Portinari, que nasceu numa lavoura de café.
“É muito bom. Eu senti o café com a mão, e na hora que eu fui pra moer, deu pra sentir ele aqui, ó moendo”, diz.
Paloma da Silva Nascimento usa moedor da café da obra “O café de 1905” de Portinari
Reprodução/EPTV
Uma preocupação dominante na obra de Portinari era incluir na arte a cultura do interior de São Paulo. Em 1923, ele pintou o “Baile na Roça”. Para proporcionar uma experiência diferenciada para os alunos da Associação e garantir um mergulho no quadro centenário, os personagens, literalmente, saíram do quadro para dançar.
Os visitantes não só gostaram de aprender sobre a história e obra de Portinari como também arriscaram um palpite sobre o que o artista faria caso estivesse ali, com eles.
“Ele ia gostar demais. Ia até dançar com a gente”, palpita o aluno Jonata da Silva Teodósio. “Ele pintaria e dançaria”, diz a colega e parceira de dança Aynne Mendes.
Os alunos da Adevirp da Silva Teodósio e Aynne Mendes dançam vestidos como personagens de “Baile na Roça”, de Cândido Portinari
Reprodução/EPTV
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