Alunos em Ribeirão Preto, SP, colam 4 mil post-its em carro de professor com convite para que ele seja patrono


Homenagem emocionou Eduardo Sinastre, de 38 anos, que dá aulas há quase 20 anos: ‘Coisa doida’. Turma do 3º ano teve apoio da escola para preparar a surpresa. Alunos colam 4 mil post-its em carro de professor em Ribeirão Preto, SP, para fazer pedido
O professor de biologia Eduardo Sinastre, de 38 anos, dá aulas há quase 20 anos. Dez deles, em um colégio em Ribeirão Preto (SP), onde, inclusive, já foi homenageado por sete vezes nas formaturas do terceiro ano do Ensino Médio. Em nenhuma delas, no entanto, ele foi tão surpreendido quanto desta vez.
A turma de 2023 resolveu inovar e colou quatro mil post-its no carro de Sinastre para convidá-lo para ser o patrono. A formatura acontece no dia 20 de dezembro.
“Foi muita surpresa, porque eu não esperava. Já fui algumas vezes patrono e paraninfo, sempre tem alguma coisa criativa, mas, dessa vez, eles se superaram em todos os sentidos”.
O pedido aconteceu na manhã desta terça-feira (27) e os alunos tiveram apoio de outros professores e do diretor da escola, Cícero Apolinário dos Santos, para tudo sair de maneira brilhante.
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“Ele não sabia. Inclusive, fizemos todos os preparativos pra ele estacionar em um local estratégico e a escola inteira acabou envolvida. A gente trabalha muito isso com nossos alunos, a criatividade”, diz Santos.
Turma do 3º ano do Ensino Médio encheu o carro do professor de biologia Eduardo Sinastre, de Ribeirão Preto, SP, de post-its
Arquivo pessoal
‘Coisa doida’
Sinastre mora em Sertãozinho (SP) e viaja todos os dias até Ribeirão para dar aulas. Esta é a última semana antes das férias escolares e, por isso, o pedido tinha de acontecer agora.
“Hoje [terça-feira] de manhã, o coordenador me enviou uma mensagem falando ‘olha, você vai chegar no estacionamento, o outro estacionamento da escola vai estar em reforma, então vamos deixar o lugar reservado para os professores que dão aula hoje, vai ter uma plaquinha com os nomes’. Cheguei e tinha várias plaquinhas com o nome de cada professor”.
A terceira aula do dia, conta Sinastre, era, justamente, para a turma do 3º ano. “Percebi que muitas pessoas não estavam na sala e perguntei ‘cadê o resto?’ Falaram que estavam conversando com o Cícero sobre a formatura”.
Na verdade, parte da turma já preparava o carro dele com a surpresa.
No intervalo, o coordenador da escola foi até o professor com a desculpa de que o alarme do carro dele havia disparado.
“Falou ‘vai desligar, porque já está há um tempão’ e eu falei ‘mas, que estranho, não estou ouvindo barulho de alarme, vamos lá ver o que é então”.
Carro do professor de biologia Eduardo Sinastre, de Ribeirão Preto, SP, ficou carregado de post-its
Arquivo pessoal
A reação de Sinastre ao encontrar a turma e o carro repleto de post-its foi filmada por uma das alunas e compartilhada nas redes sociais. A publicação viralizou.
No meio de quatro mil post-its colados de ponta a ponta do carro, havia um cartaz com o pedido: ‘Aceita ser nosso patrono?’
“Eu me emocionei. Acho que, quando a gente coloca amor na profissão, trabalha com amor, a gente segue uma linha muito direta de relação de confiança com os alunos, é uma recompensa muito prazerosa. Fico extremamente honrado. Ainda mais quando a gente vê a falta de valor de muitas escolas com seus alunos, ter uma homenagem dessa significa que a gente está no caminho certo”.
Patrono é o padrinho [ou madrinha] de uma turma de formandos. Além dele, também dividem a mesa de formatura o paraninfo e o professor homenageado.
Para Santos, o grau de importância entre um e outro é o mesmo. O que vale é a relação construída entre professor e aluno ao longo dos anos.
“Os três, em termos de consideração, são a mesma coisa. Muitas vezes os professores acabam alternando ano a ano, quem é patrono depois é paraninfo, paraninfo é patrono. Existe uma característica da nossa escola que é esse carinho com o professor”.
Turma marcada
A turma tem 40 alunos entre 17 e 18 anos e a formatura indica a conclusão de uma das etapas mais importantes para eles: o Ensino Médio.
Para Sinastre também acaba sendo especial. São alunos que começaram com ele no primeiro ano, ainda durante a pandemia.
“Comecei a dar aula pra eles no primeiro ano do Ensino Médio. A gente ainda estava na aula online, conheci eles online. Depois a gente veio pro ensino híbrido, então eu tinha parte deles na sala e parte no online. Fui conhecer mesmo eles no ano passado”.
O professor, que dá aulas em outras escolas além desta, não tem dúvidas que esta turma, deste colégio em especial, vai marcar a vida dele.
“Hoje é último dia de aula, quando voltar das férias, são só mais três meses com eles. Já vai dando aquele aperto, você lembra do rostinho deles ali, acaba pegando um amor muito grande, dá uma dorzinha no coração. Essa turma vai ficar marcada. Já estão marcados”.
Professor Eduardo Sinastre, de Ribeirão Preto, SP, com a turma do 3º ano: ‘Já estou emocionado’
Arquivo pessoal
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