Brasileira reservista do exército de Israel vive expectativa de convocação: ‘Ajudar o país’


Jéssica Bohadana, de 30 anos, se mudou de Ribeirão Preto (SP) para o país aos 15 anos para estudar. Ela atuou por dois anos como militar na fronteira com o Egito. Mulher natural de Ribeirão Preto é reservista no exército e pode ir para guerra em Israel
Natural de Ribeirão Preto (SP), Jéssica Bohadana vive em Israel desde os 15 anos. Os ataques do Hamas no último sábado (7) deixaram a especialista em marketing digital alerta porque ela pode ser convocada a qualquer momento para lutar a guerra. Aos 30 anos, a reservista não teme ir ao front e diz que está pronta para defender o país.
“Posso ser chamada. Quando eu vim para Israel e decidi fazer o exército, foi uma escolha minha, ninguém me obrigou. Foi um sentimento meu, como judia e israelense, de querer ajudar o país e querer combater os terroristas, os crimes, tudo que possa ameaçar o estado de Israel.”
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Jéssica Bohadana é natural de Ribeirão Preto, SP, e mora em Israel desde a adolescência
Arquivo pessoal
Jéssica deixou Ribeirão Preto ainda adolescente para estudar em Israel. Os custos enquanto estava na escola equivalente ao ensino médio no Brasil foram pagos pelo governo israelense por meio de um programa para jovens latino-americanos. Por três anos, ela morou em um kibutz ao Norte do país.
“Quando a gente vem fazer o programa não é obrigado a nada. O governo paga a moradia, a passagem, os estudos, tudo. A gente vem pra estudar e quando termina o terceiro colegial, decide se quer voltar para o nosso país ou se quer ficar. Quem decide ficar em Israel é obrigatório fazer o exército e os israelenses todos fazem, homem e mulher.”
Aos 18 anos, logo após concluir os estudos, a brasileira obteve dupla cidadania, conseguiu tirar o passaporte e se alistou no exército. Em Israel, o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres. Segundo ela, a inspiração veio do pai, que também morou no país e chegou a lutar uma guerra.
Jéssica Bohadana foi combatente na fronteira de Israel com o Egito
Arquivo pessoal
Após ser integrada, Jéssica foi lotada em uma unidade na fronteira com o Egito.
“Eu entrei em uma unidade mista, com mulheres e homens na linha de frente. Fiz várias provas pra poder passar, provas físicas e vários outros tipos. Aí eu consegui passar e entrei no exército em março de 2012, como combatente nessa unidade na fronteira com o Egito. Servi meus dois anos no exército lá até 2014.”
Enquanto combatente, Jéssica conta que atuou principalmente contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Ataques também fizeram parte da rotina da jovem militar na época, mas com muito menos intensidade do que a situação perto da Faixa de Gaza.
Jéssica Bohadana durante o serviço militar para o exército de Israel
Arquivo pessoal
“A gente tem acordo de paz com o Egito, mas ainda assim aconteciam muitas coisas. Muitos caminhões com drogas tentavam entrar em Israel e eu tinha que combater. Já teve ataque terrorista também. Tem muitos imigrantes de outros países, como o Sudão. Os sudaneses fogem da guerra do Sudão e eles vão andando pelo deserto a pé até o Egito. Depois, eles tentam entrar na fronteira de Israel. Teve ataque, mas é bem menos do que tem na Faixa de Gaza, não dá nem para comparar.”
Hoje, Jéssica mora em Tel Aviv e atua em uma empresa de marketing digital de vendas. Ela diz encarar com naturalidade a possibilidade de ser convocada para lutar a guerra. O chamado das forças de defesa do governo israelense pode ser feito por telefone ou até mesmo por e-mail.
“Quando eu entrei [no exército], eu decidi que queria fazer uma coisa realmente que eu sentisse que estava ajudando o país, por isso eu decidi ser combatente (…) Se eu fiz isso há 10 anos, quando eu tinha 18 anos, e ainda continuei morando aqui, moro aqui até hoje, sou muito feliz morando aqui, se me chamarem, eu vou com certeza.”
Jéssica Bohadana e outras combatentes durante o serviço militar em Israel
Arquivo pessoal
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