Caso Joaquim: Advogado de Guilherme Longo diz que julgamento único muda estratégia da defesa


Segundo Antônio Carlos de Oliveira, ideia é ver Natália Ponte, mãe da criança, falar perante o júri sobre bom convívio com o ex-companheiro enquanto estiveram juntos. Os dois respondem por homicídio triplamente qualificado. Justiça decide que Natália Ponte vai ser julgada junto com Guilherme Longo
Com a decisão da Justiça de São Paulo por um julgamento único no caso do menino Joaquim, morto em novembro de 2013, o advogado Antônio Carlos de Oliveira, que defende Guilherme Longo, padrasto da criança na época do crime, diz que muda a estratégia da defesa.
Isso porque, segundo ele, a ideia é ver Natália Ponte, mãe de Joaquim, reafirmar o que disse durante todo o processo judicial sobre o bom convívio com Guilherme enquanto estiveram juntos.
“A defesa quer ver Natália repetindo tudo que ela disse na instrução perante o conselho de sentença, formado por sete cidadãos que integra a sociedade de Ribeirão Preto. Caso ela tenha uma outra fala diferente daquilo que está nos autos, estará mentindo e o júri vai perceber tudo aquilo que foi dito e tudo aquilo que vai ser dito no dia do julgamento”.
Ainda segundo Oliveira, Natália chegou a afirmar que Guilherme era uma pessoa boa.
“Em nenhum momento Natália fala que Guilherme a agredia, que batia no menino, que tratava mal seus familiares. Muito pelo contrário. Ela fala que ele sempre foi uma pessoa boa”.
Advogado Antônio Carlos de Oliveira, que defende Guilherme Longo no julgamento do caso Joaquim, em Ribeirão Preto, SP
Marcelo Moraes/EPTV
O plenário do fórum de Ribeirão Preto (SP) está reservado entre os dias 16 e 27 de outubro e, até o momento, a inclusão de Natália no julgamento não alterou a logística.
Os dois respondem por homicídio triplamente qualificado. Para o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, Natália ainda teria sido omissa.
“Ela já sabia que o Guilherme estava em um processo de volta para as drogas, que ele tinha um comportamento violento dentro de casa, já tinha tido incidentes anteriores com ela. E, mesmo assim, não tirou a criança do convívio com ele”.
A expectativa é de que os dois réus sejam condenados, mas com penas diferentes, diz Nicolino.
“O Guilherme tem que receber uma pena maior do que a Natália. A Natália responde por omissão, enquanto que ele foi o executor desse trágico crime. O Guilherme, nós acreditamos que, se o homicídio triplamente qualificado for reconhecido, ele vai pegar mais de 30 anos de reclusão. Agora da Natália, vai depender o que o juiz entender como circunstância a favor e como circunstância desfavorável a fixar a pena”.
A defesa de Natália não comentou a decisão até a publicação desta matéria.
Natália Mingone Ponte é acusada da morte do filho, Joaquim, de 3 anos, em Ribeirão Preto, SP
Cedoc/EPTV
Guilherme está preso desde 2018, quando voltou à Penitenciária de Tremembé (SP), após ser extraditado pela Espanha, ao ser encontrado pela Interpol.
Relembre o caso
Em novembro de 2013, o corpo de Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP), cinco dias após desaparecer da casa onde vivia com a mãe, Natália, e o padrasto Guilherme.
As investigações, que duraram mais de um mês, apontaram que Guilherme foi o responsável pela morte do menino.
O menino Joaquim Ponte Marques foi encontrado morto cinco dias após desaparecer da casa onde morava em Ribeirão Preto
Reprodução
Segundo a acusação, ele teria aplicado uma superdosagem de insulina em Joaquim, que era diabético, e jogado o corpo da criança no córrego.
Ele chegou a ser preso logo depois do crime, mas conseguiu deixar a cadeia por uma decisão da Justiça, que lhe concedeu a liberdade provisória em 2016.
Sete meses após ser solto, Guilherme fugiu e só foi encontrado em 2017 na Espanha, graças a uma reportagem investigativa do Fantástico, da TV Globo.
Acusado de matar o menino Joaquim Guilherme Longo concede entrevista de dentro da Penitenciária de Tremembé (SP)
Reprodução/ EPTV
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