Grupo de extermínio em Ribeirão Preto é suspeito de cometer 12 crimes em 1,5 ano, diz Polícia Civil


Casos sem solução nos bairros Quintino 2 e Vila Guiomar entre 2021 e 2023 podem estar ligados ao grupo. Policiais militares presos na quinta-feira (27) fariam parte de esquema para matar. PMs presos seriam executores de 12 crimes sem solução em Ribeirão Preto, SP
Policiais militares presos nesta quinta-feira (28) suspeitos de integrar um grupo de extermínio, podem estar envolvidos em, pelo menos 12 crimes sem solução que aconteceram entre junho de 2021 e janeiro de 2023, em Ribeirão Preto (SP).
Entre os laudos que ajudaram a Polícia Civil a entender que um grupo de extermínio atuava em Ribeirão, estão casos onde a vítima foi atingida com dois tiros na altura do peito e mais dois na barriga, que indicam a intenção de matar.
Laudos ajudaram a Polícia Civil de Ribeirão Preto, SP, entender que um grupo de extermínio tem agido na cidade
Reprodução/EPTV
Outro ponto que chamou a atenção dos investigadores, foi a utilização de armas calibre 9mm na maioria dos crimes não solucionados no período.
Além disso, os casos, ainda segundo a Polícia Civil, foram concentrados, principalmente, em duas regiões da cidade: Quintino 2 e Vila Guiomar.
Armas utilizadas em crimes não solucionados em Ribeirão Preto, SP, chamaram a atenção da polícia pela similaridade
Reprodução/EPTV
Os crimes registrados nestes dois locais ainda tinham como característica, o fato de não apresentarem linha de investigação estabelecida, algo considerado incomum, de acordo com o promotor de Justiça Marcus Túlio Alves Nicolino, já que, em muitos casos, pelo menos uma linha de trabalho é desenvolvida com informações de familiares das vítimas.
A polícia investiga agora a motivação desses crimes, mas acredita que os envolvidos teriam, de fato, prazer em matar.
“Por incrível que pareça, por prazer, por satisfação pessoal. Motivação econômica também, se apropriar de bens de valores de pessoas, sobretudo pessoas ligadas ao mundo do crime, e outros tantos motivos que nós estamos apurando”, aponta Nicolino.
‘R$ 10 mil para cada cabeça’
Segundo conversas a que a polícia teve acesso, o valor recebido por cada homicídio poderia chegar a R$ 10 mil.
Em documentos que o Ministério Público de Ribeirão Preto, SP, teve acesso, o valor recebido por cada homicídio poderia chegar a R$ 10 mil
Reprodução/EPTV
Na manhã de quinta-feira (27), durante a Operação Alcateia, dois policiais militares, Elton Almeida e Lucas Gomes de Oliveira, foram presos suspeitos de integrarem o esquema de extermínio.
Eles e o suspeito Elias Moisés Garcia Campuzano, que também foi preso na quinta-feira, teriam envolvimento com o ex-PM Yuri Vinícius Almeida Malta, preso em janeiro deste ano suspeito de atirar em um homem que estava com o filho de um ano no colo.
Policiais militares foram presos em Ribeirão Preto e em Guatapará por suspeita de crimes
Reprodução/EPTV
O que diz a defesa dos PMs
A EPTV, afiliada da TV Globo, entrou em contato com a defesa dos três PMs suspeito de integrar o grupo de extermínio.
A defesa de Yuri Malta disse que não teve acesso ao processo da prisão e que ele agiu em legítima defesa na tentativa de homicídio ocorrida em janeiro.
A defesa de Elton Luis de Almeida alega inocência do PM. A defesa de Lucas Gomes de Oliveira não foi encontrada para comentar o assunto.
Outro caso
Há 20 anos, uma investigação do Ministério Público de Ribeirão Preto também descobriu um grupo de extermínio atuando na cidade.
Naquela época, as investigações descobriram policiais civis no comando do esquema e os crimes aconteciam em todas as regiões de Ribeirão.
O número de homicídios chegava a 200 em um único ano. Para se ter uma ideia, em 2022, a cidade registrou 51 vítimas por morte violenta.
De acordo com o Ministério Público, o ex-investigador Ricardo José Guimarães era quem executava as vítimas. Ele está preso há 16 anos e já foi condenado por seis mortes. A pena dele soma 244 anos.
PMs foram presos nesta quinta-feira (27), em Ribeirão Preto, SP
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