Jovem com síndrome de Down vira diretora de associação e busca assegurar direitos: ‘Capazes de uma vida plena’, diz mãe


Laura Vasconcelos Galina, de Ribeirão Preto, SP, também almeja trabalhar na área da moda. Dia Mundial da Síndrome de Down é celebrado nesta sexta-feira (21). Laura Vasconcelos Galina, de 19 anos, passou a integrar a diretoria da Associação Síndrome de Down de Ribeirão Preto (RibDown)
Arquivo pessoal
Depois de anos aprendendo sobre os direitos e a capacidade das pessoas com síndrome de Down, chegou a hora de a jovem Laura Vasconcelos Galina, de 19 anos, levar esse conhecimento adiante e conscientizar outros que possuem a mesma condição. E ela celebra isso.
É que, desde dezembro de 2024, Laura passou a integrar a diretoria da Associação Síndrome de Down de Ribeirão Preto (RibDown), entidade fundada em 1998 e que atua em projetos de inclusão da pessoa com deficiência.
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Em alusão ao Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado nesta sexta-feira (21), o g1 conversou com a jovem e com a mãe dela. As duas comemoraram a oportunidade conquistada por Laura, revelaram sonhos e destacaram a importância da associação para as famílias.
A eleição para definir quem seria o novo membro da diretoria da RibDown contou com a participação dos próprios frequentadores da associação. Dentre os cargos da diretoria, a jovem ganhou como presidente do grupo de autodefensores.
“No grupo de jovens e adultos, algumas pessoas se interessaram em estar na diretoria. Dos meus amigos, eles colocavam um nome na urna para ver quem seria o novo membro da diretoria. E eu ganhei como presidente do grupo de autodefensores”, diz.
Mãe de Laura, a professora universitária Simone Vasconcelos Ribeiro Galina explica que esse grupo de autodefensores é formado por adolescentes e adultos que promovem atividades com propósito de assegurar os direitos das pessoas com síndrome de Down.
“Essa lógica de autodefensoria é justamente o modelo que acreditamos de que as pessoas com síndrome de Down são capazes de viver uma vida plena, de ter autonomia e, inclusive, autonomia para se autodefender. Nessa lógica, a gente sempre teve esse interesse de ver as pessoas com síndrome de Down fazendo parte da diretoria.”
Grupo promove atividades com propósito de assegurar os direitos das pessoas com síndrome de Down, em Ribeirão Preto
Arquivo pessoal
Gosto pela moda
Além da atuação na associação, Laura também se prepara para um outro desafio: o de começar o curso de moda.
A jovem conta que tem vontade de conhecer como atua um personal stylist, profissional que orienta o cliente a se vestir de uma maneira adequada para diferentes ocasiões.
“Eu me interessei nesse curso porque gosto muito de aprender novas coisas de moda, qualquer tipo de costura. Tudo o que é fashion, maquiagem, acessórios”, destaca.
Laura tem vontade de atuar na área da moda
Arquivo pessoal
Papel fundamental
A relação de Laura com a RibDown começou quando ela tinha apenas 1 ano de vida. Na ocasião, pais que frequentavam a associação visitaram a família e apresentaram o projeto.
Simone, que é voluntária da entidade, diz que esse primeiro passo foi importante, inclusive, para conhecer mais sobre a condição da filha. Agora, ela classifica o papel da RibDown como fundamental na luta para garantir os direitos das pessoas com síndrome de Down.
“A gente não consegue construir nada sozinho. Lá no início, foram outros pais de, hoje, adultos que estão no mercado de trabalho. Essas famílias foram construindo seus tijolinhos, e cada um foi dando sua contribuição em conquistas de direitos, sempre acreditando que é possível que eles tenham autonomia. A gente acredita que a deficiência é uma construção social. […] O papel da associação é fundamental para que a gente consiga avançar nos direitos e, com todas as dificuldades que temos, manter os direitos conquistados.”
Laura em reunião na RibDown em 2017 junto com a mãe (à esquerda)
Arquivo pessoal
Por fim, Simone pede união às famílias nessa busca por uma melhor qualidade de vida de quem possui deficiência.
“Queria fazer um convite para que as famílias se unam, porque é muito mais prazeroso, tem maior chance de êxito e é mais fácil quando a gente se une e faz as coisas juntos. Falo isso enquanto família, do tanto que é bom ter o apoio de outras famílias na caminhada”, finalizou.
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