Júri condena casal por matar vizinho que reclamou de som alto no interior de SP


Caso aconteceu em Monte Alto (SP) em julho de 2023, quando Fabrício de Oliveira, de 34 anos, foi atacado com pedaço de pau e faca. Réus tentaram fugir após crime, mas foram presos. Casal que matou vizinho em Monte Alto é condenado a prisão
Acusado de matar o vizinho após uma discussão por causa de som alto em Monte Alto (SP), Alex Silva Bento foi condenado a 10 anos de prisão por homicídio privilegiado, que é quando a pessoa age sob forte emoção.
Marini da Silva Gomes foi condenada a 14 anos por homicídio qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. O júri popular foi realizado nesta terça-feira (18).
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As defesas dos réus informaram que vão recorrer da sentença, que é de primeira instância e ainda permite recursos. Eles são responsáveis pela morte de Fabrício Fernandes de Oliveira, de 34 anos.
O crime aconteceu no dia 30 de julho de 2023, quando Fabrício saiu da casa onde morava pela manhã e foi surpreendido por Alex e Marini, que o atacaram usando um pedaço de pau e uma faca.
À polícia, familiares da vítima relataram que, antes disso, ele tinha ido à residência do casal, que morava no mesmo terreno, para pedir respeito por conta do barulho alto.
Fabrício chegou a ser socorrido e levado ao pronto-socorro, mas não resistiu. Ele deixou um filho de 11 anos. O inquérito policial concluiu que Alex e Marini foram os autores do crime.
“Nós estamos falando de um gesto de intolerância e covardia que gerou a morte de um familiar nosso e destruiu toda a nossa família. Deixou um filho de 11 anos, deixou uma mãe sofrida, tios, primos, familiares, todos com muita dor até hoje”, lamentou Janice Fernandes de Jesus, tia de Fabrício.
Alex Silva Bento, acusado pela morte de Fabrício de Oliveira, em Monte Alto (SP).
Luciano Tolentino/EPTV
Alex Silva Bento fugiu após o crime, mas foi preso em Maceió (AL), onde tem parentes, em novembro de 2023 e foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiúva (SP) para participação no júri.
Marini também tentou fugir, mas foi presa em flagrante horas depois da morte de Fabrício e, desde então, está na cadeia de Pirajuí, na região de Bauru (SP).
Fabrício Fernandes de Oliveira foi morto em Monte Alto, SP, e casal de vizinhos é suspeito do crime
Arquivo pessoal
Júri popular
O júri começou durante a manhã e foi realizado na Câmara de Monte Alto. Os dois réus chegaram às 8h30 sob escolta policial. No tribunal, foram ouvidas três testemunhas de acusação e cinco de defesa, além da Promotoria e do advogado de defesa.
Por um lado, a acusação reforçou a ideia de que o crime foi cometido por um motivo fútil, ou seja, por causa da reclamação de som alto, e que a vítima não tinha condições de se defender.
“O recurso que dificultou a defesa da vítima foi colocado na denúncia porque a vítima estava saindo para trabalhar, então ela não esperava que fosse atacada do jeito que foi”, afirmou o promotor de Justiça Flávio Leão de Carvalho à reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo.
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Ele também reiterou a ideia de que houve participação tanto do marido quanto da mulher nas agressões. “A arma do crime não foi encontrada, mas isso não afasta os outros depoimentos e outras provas que apontam a participação dela.”
Por outro lado, o advogado de Alex argumentou que, na verdade, houve uma briga entre seu cliente e Fabrício, e que as agressões ocorreram em legítima defesa.
“No dia dos fatos, Fabrício teria dado um soco no Alex, e onde provocou uma briga, uma contenda entre os dois e o Alex correu atrás dele, entraram novamente em entrevero, nessa briga, nessa discussão, e ele teria usado essa faca”, afirmou o advogado Fábio Rovati.
Por sua vez, a defesa de Marini reforçou a tese de que ela não teve participação nos fatos.
“Não há uma prova que comprove qualquer auxílio ou nenhuma prova que prove qualquer intenção dela nesse homicídio que foi cometido pelo Alex”, disse o advogado Ricardo Rocha.
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