
Variedades estão entre as novidades da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, que acontece em Ribeirão Preto (SP). Embalagem feita de mandioca é uma das novidades da Agrishow 2025
Gabriel Lopes/g1
Uma embalagem feita a partir do amido da mandioca e uma cultivar de batata-doce alaranjada, mais nutritiva e mais barata que a cenoura, estão entre as novidades apresentadas na Agrishow 2025, maior evento de tecnologia agrícola do país que acontece esta semana em Ribeirão Preto (SP).
As inovações fazem parte de iniciativas que visam garantir segurança alimentar e fazer frente às demandas ambientais do planeta.
“A gente precisa unir tradição e inovação para transformar desafios globais, como a poluição plástica e a insegurança alimentar em novas oportunidades para o Brasil e para o mundo”, afirma Daniel Gomes, diretor-geral da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).
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As inovações são algumas das apresentadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, que durante esta semana transferiu as atividades para o interior de São Paulo e anunciou R$ 600 milhões em investimentos no agro, além da liberação de faixas de domínio das rodovias paulistas para o cultivo agrícola.
A Agrishow espera receber, até sexta-feira (2), 200 mil pessoas de 70 países em um espaço de 520 mil metros quadrados com 800 expositores.
Embalagem de mandioca
Entre as pesquisas que prometem transformar a relação do campo com o meio ambiente está o desenvolvimento de embalagens biodegradáveis feitas a partir do amido de mandioca. O projeto, liderado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e pelo Instituto Agronômico (IAC), busca criar alternativas ao plástico convencional, atendendo à crescente demanda por soluções sustentáveis nas cadeias produtivas agrícolas e alimentícias.
“A gente trouxe como provocação: o uso da mandioca em outros meios, por exemplo, no potinho. É um potinho moldado de amido de mandioca, totalmente biodegradável. Se eu jogar no canteiro e chover, na semana seguinte ele dissolve sem agredir a natureza”, explica Gomes.
Segundo ele, diante do esgotamento dos recursos fósseis e dos impactos ambientais do plástico, que pode levar séculos para se decompor, investir em tecnologias renováveis é essencial. “O petróleo vai acabar. Ele suja a natureza. Uma embalagemzinha de isopor pode demorar 300, 400 anos para se degradar”, alertou.
Além de ser biodegradável, a mandioca possui uma aptidão natural para o cultivo no Brasil, o que favorece sua aplicação em novos usos. Ele destaca ainda que, além dos alimentos, a mandioca poderá abrir novas frentes de produção agrícola, como potes, biofilmes para frutas e hortaliças, ampliando a renda dos produtores.
“A mandioca nasceu no nosso solo. Foi aprimorada pela natureza durante milênios. É uma cultura que necessita de menos insumos, quase nada de agrotóxicos, e se adapta perfeitamente às condições brasileiras”, reforçou.
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Batata-doce ‘alaranjada’ com mais betacarotenos que a cenoura é apresentada na Agrishow 2025
Gabriel Lopes/g1
Batata-doce alaranjada
Outra novidade é uma batata-doce alaranjada, resultado de um programa de melhoramento genético do IAC. A nova cultivar apresenta casca e polpa alaranjadas, ricas em betacaroteno, essencial para a saúde da visão, pele e sistema imunológico.
É uma opção mais barata para esse fim em comparação com hortaliças como a cenoura, que tem custo de produção elevado devido ao uso de sementes híbridas e insumos mais caros. Com a nova variedade, segundo os pesquisadores, é possível promover uma alimentação saudável a um custo muito mais acessível, contribuindo para a segurança alimentar.
Estande da Secretaria Estadual da Agricultura de São Paulo na Agrishow apresenta novas cultivares
Gabriel Lopes/g1
“Essa pesquisa é um marco importante para fortalecer práticas agrícolas sustentáveis e aproximar os agricultores familiares da região do Vale do Paraíba da adoção de técnicas inovadoras.”
Além dessas novidades, a secretaria apresentou avanços em outras culturas estratégicas, como a cana-de-açúcar, o café e o feijão, com técnicas de agricultura regenerativa e manejo sustentável. Uma nova cultivar de feijão, por exemplo, foi desenvolvida para ser mais resistente a pragas e doenças, prometendo alta produtividade com menor uso de defensivos agrícolas.
O conjunto de ações integra o pacote de medidas anunciado pelo Governo de São Paulo para impulsionar a inovação e a sustentabilidade no campo, reforçando o papel estratégico da pesquisa pública para o futuro do agronegócio.
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