Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (16), um mecânico da Voepass falou sobre falhas no suporte à equipe de manutenção e na segurança operacional. As denúncias do ex-funcionário acontecem após o acidente do voo 2283, ocorrido em agosto de 2024, em Vinhedo, no interior de São Paulo, que resultou na morte de 62 pessoas.
Segundo o mecânico, a empresa operava sem fornecer o suporte necessário para a manutenção adequada das aeronaves, o que comprometeria a segurança dos voos. Ele também afirmou que problemas na aeronave envolvida no acidente de agosto de 2024 eram conhecidos internamente.
A Voepass não dá suporte nenhum para a gente da manutenção. Não só de materiais, de componentes que vão ser postos nos aviões, como também ferramentas. Passei por grandes empresas, empresas excelentes, e quando chegamos na Voepass a gente sente uma diferença muito grande
conta
Imagens divulgadas pela reportagem do Fantástico mostraram aviões parados em uma área de matagal na sede da empresa, em Ribeirão Preto, sendo desmontados para fornecer peças para outras aeronaves em operação. Embora a prática não seja ilegal, o mecânico destacou que ela ocorria de forma irregular dentro da Voepass.


Além disso, a empresa teria tentado ocultar esses aviões durante inspeções realizadas pela Anac. “Aqueles aviões que estavam cobertos, aqueles eram os aviões que estavam no mato. Por que eles mandaram cobrir? Porque a Anac ia fazer uma vistoria lá. Eles estavam escondendo da Anac”, afirmou o mecânico.
Se você me perguntar: mudou alguma coisa? Mudou em nada. Acho até que piorou
relata o mecânico
O que diz a Voepass?
Ao Fantástico, a Voepass afirmou, por meio de nota, que pretende retomar suas atividades o mais rápido possível e que, durante seus 30 anos de operação, a segurança sempre foi prioridade máxima. De acordo com a companhia, o relatório preliminar do Cenipa conformou que a aeronave do voo 2283 estava com certificação válida e todos os sistemas em funcionamento.
Sobre a manutenção das aeronaves, a Voepass defende que a reutilização dos componentes entre aviões é legal quando há certificação e rastreabilidade adequadas. A empresa contesta denúncias de irregularidades, afirmando seguir todos os protocolos regulatórios. Sobre os aviões envelopados, diz que nunca burlou fiscalizações.
Com informações do G1*
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