Mulher tem cartão trocado ao comprar água e perde R$ 25 mil em Ribeirão Preto, SP


Caso aconteceu na porta de show de rock, na sexta-feira (30), mas prejuízo só foi identificado no dia seguinte. ‘Tiveram 18 horas’, diz filho. A empresária Eunice Fagionato, de Ribeirão Preto (SP), perdeu R$ 25 mil em um golpe de troca de cartões na porta de show
Cacá Trovó/EPTV
Uma mulher teve um prejuízo de R$ 25 mil após ter o cartão de crédito trocado quando tentava comprar duas águas na porta de um evento, na noite de sexta-feira (30), em Ribeirão Preto (SP).
A família só percebeu o prejuízo no dia seguinte, como conta a filho da vítima, Ricardo Fagionato.
“Foi meu pai. Ele entrou na conta [bancária] e viu uns gastos fora do nosso perfil, ligou pra gente perguntando o que tinha acontecido e quando minha mãe foi ver, viu que [o cartão] era de outra pessoa”.
A empresária Eunice Fagionato conta que as garrafas de água foram compradas de um homem que se dizia vendedor ambulante.
Antes de utilizar o cartão, ela teria tentado pagar os produtos com dinheiro, mas o suspeito alegou que estava sem troco e insistiu que o pagamento fosse no cartão.
“Sai do estádio e fui comprar água com os camelôs ali da rua. Dei o dinheiro para pagar duas águas e eles falaram ‘olha, não tenho troco pra R$ 50, você tem cartão’? Falei ‘tenho'”, conta a empresária.
Nem a mãe e nem o filho perceberam o golpe.
“Falei ‘tudo bem, vamos passar o cartão’ pedi pra ser no débito e foi por aproximação, porém ele falou que não estava dando pra passar por aproximação e pegou o cartão falando ‘vamos inserir’. Coloquei a senha e ele falou que não tinha dado. Só que aí, eu já tinha entregado o cartão pra ele e ele já tinha trocado por um igual e colocado na máquina”, conta Ricardo.
O criminoso teria, então, pedido uma nova forma de pagamento e o filho utilizou o pix. Ele recebeu o cartão de volta e deixou o local.
No sábado (1), a família se deu conta de que o que tinha em mãos era o cartão de uma terceira pessoa.
“Ele me devolveu o cartão de outra pessoa, era idêntico e não me atentei ao nome. Acabou que ele me deu o cartão de outra pessoa e ficou com meu cartão e a senha. E aí fez um ‘prejuizozinho’ dentro de 18 horas”.
‘Me senti a pior pessoa’
Abalada com a situação, Eunice cogita não usar mais o cartão se não estiver dentro de estabelecimentos comerciais.
“No sábado, meu esposo ligou falando se eu tinha utilizado esse valor. Falei que não, aí ele falou ‘então você tomou um golpe’. Foi assim que eu fiquei sabendo. Me senti a pior pessoa. Fui enganada e nem acreditei. Foi péssimo, é lamentável. Infelizmente cai nessa e tenho certeza que ainda muitos irão cair. Cartão nunca mais em rua, porque não sei se vou encontrar pessoas do bem ou do mal”.
Especialista em Direito do Consumidor, o advogado Matheus Franco explica que este tipo de golpe é muito comum e as pessoas precisam estar atentas.
“O estelionatário se disfarça de vendedor ambulante e se aproveita de um momento de distração do consumidor pra trocar o cartão de crédito. Enquanto ele não estiver prestando a atenção, o estelionatário troca o cartão e observa a senha que aquele consumidor vai digitar na maquininha. Quando o consumidor vai embora sem perceber que seu cartão foi trocado, o estelionatário aproveita para fazer diversas transações bancárias”.
Segundo Franco, geralmente os criminosos têm em mãos diversos cartões, o que facilita a troca. Eles podem, inclusive, trocar por um cartão já utilizado em outro golpe.
“Eles guardam. Pode ser cartões que já usou em outros golpes. As orientações são sempre de não entregar cartão a ninguém. Cartão e senha são de responsabilidade do consumidor, faça você mesmo a operação na maquininha”.
Ainda segundo o advogado, a vítima de golpe deve entrar imediatamente em contato com canais de atendimento do banco e registrar boletim de ocorrência.
Eunice já fez o BO e agora aguarda a resolução do caso. “Não me sinto segura. Tenho certeza que, por aí, estão fazendo esse golpe de porta em porta”.
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