‘Não foi feita a justiça’, diz advogado após condenação de 2 anos de motorista que atropelou homem durante briga no trânsito


Defesa da família de Carlos Rogério Cavechia vai recorrer da decisão do júri. Matheus Felipe da Silva Martins ainda foi absolvido do crime de tentativa de homicídio contra a mãe da vítima. Carlos Rogério Cavechia, de 44 anos, foi atropelado junto com a mãe por motorista com van dos Correios em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
A família de Carlos Rogério Cavechia, que morreu após ser atropelado durante uma briga de trânsito em junho de 2022, em Ribeirão Preto (SP), se revoltou após a sentença que determinou dois anos de prisão ao motorista acusado do crime, Matheus Felipe da Silva Martins, de 28 anos.
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Ele foi condenado por homicídio culposo pela morte de Carlos, que é quando a pessoa não tem intenção de matar, e absolvido do crime de tentativa de homicídio, por também atropelar Noemia Cavechia, mãe da vítima, que também estava presente no momento da discussão.
O motorista, que estava preso desde o dia do crime, era acusado de homicídio doloso duplamente qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificado, por atingir filho e mãe com veículo. O julgamento aconteceu na quinta-feira (20), em Ribeirão Preto, e durou dez horas.
Ao g1, o advogado Renato Savério disse que vai recorrer da decisão, por entender que a justiça não foi feita.
“Ele foi absolvido da tentativa [de homicídio], um absurdo essa decisão. Vamos recorrer, a família não está satisfeita, não foi feita a justiça”.
Segundo Fábio Cunha Loureiro, advogado de defesa de Matheus, por estar preso desde 2022 e a pena ter sido de dois anos, um alvará de soltura foi expedido logo após a sentença e ele deve ser libertado nesta sexta-feira (21).
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O caso aconteceu em junho de 2022 e Matheus dirigia um furgão dos Correios quando atropelou Carlos e Noemia.
Ela foi socorrida com ferimentos leves, mas não precisou ser internada. Carlos morreu 23 dias depois.
“A família está bem insatisfeita com a decisão. Um criminoso que matou uma pessoa e tentou matar outra está solto, ‘tomou’ dois anos de pena em um regime aberto. Ficou uma sensação de impunidade, bastante impunidade”, disse Savério.
O caso
O caso aconteceu no dia 9 de junho de 2022, quando Carlos e a mãe se envolveram em uma briga de trânsito com Matheus, que dirigia um furgão dos Correios. Eles voltavam do supermercado quando o carro deles foi fechado pelo motorista.
De acordo com o filho da vítima, Matheus teria xingado e passado a perseguir o veículo de Carlos, buzinando e dando sinais de luz.
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Reprodução/Imagens de segurança
Na altura da Rua Ana Maria Tonzar Ristori, onde câmeras de segurança flagraram a ação (veja vídeo abaixo), Carlos para o carro e desce para tentar conversar com Matheus, que permanece no furgão.
Nas imagens, é possível ver a vítima caminhando em direção ao veículo dos Correios, seguida pela mãe.
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Na sequência, o vídeo mostra mãe e filho retornando ao carro, quando são surpreendidos pelo furgão, acelerando em direção a eles.
O veículo atinge primeiro Noemia e depois passa por cima de Carlos. À época, a defesa de Matheus chegou a dizer que ele teria sido agredido por uma das vítimas antes de acelerar o furgão dos Correios para cima deles e que ele não tinha a intenção de deixar feridos.
Carlos chegou a ser socorrido com ferimentos graves e ficou internado por quase um mês no Hospital das Clínicas (HC).
No dia 3 de julho, ele teve uma parada cardíaca e morreu. Os médicos já tinham informado a família sobre o estado de coma irreversível do paciente.
Noemia sofreu ferimentos no braço direito e no nariz. No dia do atropelamento, ela foi levada ao pronto-socorro, passou por atendimento, e foi liberada.
À época, os Correios informaram por meio de nota que tomaram as providências administrativas cabíveis junto à empresa contratada, por se tratar de motorista e veículo terceirizados envolvidos no caso.
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