Polícia vai apurar o que levou crianças a pularem de apartamento em Ribeirão Preto, SP


Conselho Tutelar assumiu erro na conduta de conselheira que foi ao local apurar denúncia de maus-tratos contra irmãos deixados sozinhos em imóvel pela mãe. Segundo delegada, “meninos se assustaram com alguma coisa”. Irmãos, de 6 e 9 anos, a caminho da escola antes das férias escolares em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
A Polícia Civil vai apurar o que levou duas crianças, de 6 e 9 anos, a pularem da janela do apartamento delas em Ribeirão Preto (SP). Os irmãos estavam sozinhos no imóvel e o acidente aconteceu no momento em que uma conselheira tutelar chegou ao local para apurar uma denúncia de maus-tratos, violência doméstica e cárcere privado.
“Alguma coisa as assustou, né? Com medo de ficar dentro da casa, acharam que era mais seguro, entre aspas, pular. Precisa ver o que causou esse susto nessas crianças para elas pularem”, disse a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Patrícia de Mariani Buldo.
A mãe, Geslaine Thomaz Castilho, alega que os filhos estavam sozinhos na quinta-feira (20) porque precisa trabalhar e não tinha com quem deixá-los. Ela é divorciada e única responsável pelo sustento das crianças. O pai, que mora em Santa Catarina, chegou a ser acionado, mas não compareceu a Ribeirão Preto para acompanhar o caso.
Abordagem de conselheira alvo de apuração
A abordagem da conselheira tutelar é apurada pelo Conselho Tutelar. Em nota de esclarecimento divulgada na terça-feira (25), o órgão informou que ela agiu de forma isolada.
“Os Conselhos Tutelares esclarecem que a atuação da conselheira não é procedimento padrão do Conselho Tutelar, que se trata de órgão colegiado, onde todas as decisões são tomadas em conjunto, o que foi ignorado pela conselheira que agiu isoladamente e, por isso, já foram tomadas todas as providências disciplinares internas para que a mesma seja responsabilizada pelos seus atos.”
A conselheira tutelar Marlene Colombo atua em Ribeirão Preto, SP
Cacá Trovó/EPTV
O órgão classificou a atuação de Marlene Colombo como falha e pediu desculpas à sociedade.
“O Conselho Tutelar não é um órgão policialesco que captura crianças, mas sim um órgão de defesa de direito de crianças e adolescentes e auxílio de suas famílias e, por isso, pede DESCULPAS para toda sociedade em razão do atendimento falho e incomum ocorrido”.
Procurada, Marlene Colombo informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
O advogado de Geslaine, Vanderley Caixe Filho, classifica que a atuação da conselheira tutelar Marlene Colombo como “desastrosa”.
“Conversando com as crianças por meio da porta, ela começa a esmurrar e insinuar que vai abrir. Neste momento, as crianças se assustam e pulam da janela. Uma abordagem completamente desastrosa e isolada por parte da conselheira. Ela não conversou com nenhum conselheiro, não foi uma decisão colegiada como deve ser, porque o procedimento é este. Como uma ‘vingadora de filmes de ação’, resolve tomar a realidade nas mãos e fazer justiça.”

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