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Oswaldo Moura Brasil tranquilizou pacientes que devem passar por procedimento após perda de visão de 12 pessoas que participaram de mutirão em Taquaritinga, SP. Cirurgia de catarata consiste em remover o cristalino opaco na parte interna do olho para implantar uma lente artificial e restabelecer a visão
Aurélio Sal/EPTV
Após 12 pessoas ficarem cegas durante um mutirão em Taquaritinga (SP), o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Oswaldo Moura Brasil tranquilizou, nesta terça-feira (11), pacientes em todo o país que têm cirurgias de catarata marcadas para os próximos dias.
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À EPTV, afiliada da TV Globo, ele disse que este tipo de procedimento é extremamente seguro e as complicações são raras.
“A cirurgia de catarata é uma cirurgia extremamente segura, é uma cirurgia que traz um resultado visual bom, que permite que as pessoas idosas, que, cada vez mais, têm catarata, possam enxergar com qualidade. É uma cirurgia que a pessoa não deve ter medo de fazer. É bastante segura”.
Em Ribeirão Preto (SP), o Hospital das Clínicas realiza, em média, duas mil cirurgias de catarata por ano. A instituição, uma das mais importantes do país, recebeu os primeiros seis pacientes que perderam a visão no mutirão na terça-feira. Os exames confirmaram danos graves na superfície ocular, na córnea e na câmara anterior do olho.
Nesta quarta-feira (12), outras seis pessoas passarão por avaliação.
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O que se sabe sobre o caso dos 12 pacientes que perderam a visão após mutirão de cirurgia de catarata no interior de SP
O caso aconteceu em outubro do ano passado e é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. O Grupo Santa Casa admitiu, na terça-feira, que à época uma substância que serve para assepsia superficial de pele e mãos foi utilizada para fechar o corte da cirurgia em vez de soro de hidratação.
Das 23 pessoas que passaram pelo mutirão, pelo menos 12 ficaram com a visão comprometida.
Assista à reportagem do EPTV 2:
Pacientes que perderam a visão em mutirão passam por atendimento no HC Ribeirão Preto
Segundo o médico oftalmologista Willian Silva Queiroz, que atua em Ribeirão Preto, a cirurgia de catarata é um procedimento para restabelecer a visão do paciente, prejudicada pela calcificação do cristalino, que é a lente natural do olho humano.
“Quando ela [lente natural] começa a perder a transparência, é dado o nome de catarata. Na cirurgia, você tem de fazer uma incisão para acessar a estrutura intraocular. Ela consiste, basicamente, em remover o cristalino, que está opaco, e implantar uma lente transparente artificial no lugar”.
A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que a doença atinja 17% das pessoas que têm entre 55 e 65 anos e 47% da população que tem entre 65 a 75 anos. Já para idosos acima dos 75 anos, a porcentagem ultrapassa os 73%.
A salgadeira Maria de Fátima Garcia Chiari ficou cega do olho direito após passar por cirurgia de catarata no AME de Taquaritinga, SP
Valdinei Malaguti/EPTV
Complicações são raras
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, as complicações de uma cirurgia de catarata são raras e o procedimento é bastante seguro.
“Que haja tranquilidade nas pessoas que vão fazer cirurgia de catarata. Complicações podem ocorrer em qualquer cirurgia, mas complicações em cirurgias de catarata são realmente bastante raras, é uma cirurgia bastante segura”, diz Brasil.
O presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Oswaldo Moura Brasil
Reprodução/EPTV
Segundo Queiroz, os riscos, apesar de baixos, estão ligados à infecção intraocular ou ao uso de substâncias que não são adequadas aos olhos.
Como efeitos adversos neste tipo de procedimento não são comuns, Brasil diz que é preciso uma investigação quando ocorrem.
“Toda vez que você tem uma complicação rara, principalmente, complicação rara que aconteceu em mais de um paciente, feita no mesmo dia, é possível que tenha ocorrido algum erro e esse erro, obviamente, tenha de ser investigado para que você possa oferecer uma resposta e essas coisas não acontecerem. Existem protocolos enormes que norteiam como deve ser realizada uma cirurgia”.
O Grupo Santa Casa de Franca informou que investiga o caso há, pelo menos, três meses, quando abriu sindicância logo após uma primeira avaliação pós-operatória confirmar complicações nos pacientes.
Em carta aberta enviada ao governador, à imprensa e à população, a organização informou que, por segurança, nunca realiza cirurgias simultâneas, e as complicações não ocorreram nos dois olhos de cada paciente.
“Dos 12 pacientes afetados, cinco realizavam a segunda cirurgia, pois já haviam realizado a operação bem-sucedida no primeiro olho”.
O grupo ainda lamentou, mais uma vez, o ocorrido e se comprometeu a dar transparência dos fatos às autoridades e à população.
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