
Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, foi encontrada morta no fim de março por suspeita de envenenamento. Médico Luiz Garnica e a mãe foram presos por suspeita de envolvimento na morte. Prisão temporária de mãe e filho vai ajudar a apurar morte de professora, diz promotor
A morte da professora Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, em um apartamento na zona sul de Ribeirão Preto (SP) é alvo de uma investigação desde o fim de março. A Polícia Civil suspeita que ela tenha sido vítima de um envenenamento por uma substância conhecida como “chumbinho” e prendeu temporariamente o marido da vítima, o médico Luiz Antonio Garnica, e a mãe dele, Elizabete Arrabaça.
As autoridades ainda realizam outras diligências para o esclarecimento do crime, agora tratado como homicídio qualificado, e solicitaram, inclusive, a exumação do corpo da irmã do médico, que morreu um mês antes da professora.
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O Ministério Público também acompanha o caso.
A seguir, entenda o que se sabe e o que não se sabe sobre o assunto:
Quem é a vítima?
Larissa Talle Leôncio Rodrigues tinha 37 anos, era professora, atuava em uma academia de Ribeirão Preto, onde dava aulas de pilates, e era casada com um médico de 38 anos, que disse tê-la encontrado desfalecida quando chegou ao apartamento.
Larissa Rodrigues foi encontrada morta em apartamento na zona sul de Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Quando e como a vítima foi encontrada?
Larissa foi encontrada morta na manhã de 22 de março, no apartamento em que morava com o marido, no Jardim Botânico, zona sul de Ribeirão Preto (SP). A comunicação oficial às autoridades policiais ocorreu por meio de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
De acordo com o boletim de ocorrência, o marido, o médico Luiz Antonio Garnica, relatou que havia acabado de chegar em casa quando estranhou o fato de a mulher não responder ao seu chamado. Ele disse que, depois de procurá-la por diferentes cômodos da casa, a encontrou no banheiro, caída e desfalecida.
Garnica também relatou que, por ser médico, pegou a esposa e a colocou na cama do casal para a realização de procedimentos de urgência, mas que não teve sucesso e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A equipe acionada confirmou a morte da professora no local. O caso inicialmente foi registrado como morte suspeita, mas agora é tratado como homicídio qualificado.
O médico Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita de envolvimento na morte da esposa em Ribeirão Preto, SP
Imagens cedidas pela Polícia Civil
Qual foi a causa da morte?
Desde então, laudos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) para apontar as circunstâncias da morte.
O primeiro exame no corpo da vítima foi inconclusivo e apontou que a mulher tinha lesões patológicas no pulmão e no coração, além de “cogumelo de espuma”, termo médico que indica contato do ar com líquido do organismo e que pode ocorrer tanto em situações de morte natural e não natural. O mesmo laudo apontou que a morte foi em torno de 12 horas antes de o exame ser realizado, o que ocorreu às 17h45.
O laudo toxicológico, no entanto, levantou a suspeita de envenenamento ao apontar a presença de veneno usado contra ratos, popularmente chamado de “chumbinho”, no organismo da vítima.
Veja momento em que médico suspeito de envenenar esposa é preso em Ribeirão Preto, SP
Quem são os suspeitos?
Os suspeitos pela morte de Larissa são o marido dela, o médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, e a mãe dele, Elizabeth Arrabaça, apontada inicialmente pelas autoridades como a última pessoa a ver Larissa antes da morte dela. Além disso, os investigadores apontaram que, antes de ser encontrada morta, Larissa havia descoberto uma traição de Garnica.
Os dois foram alvos de mandados de prisão temporária (veja vídeo acima) na terça-feira (6).
O médico foi levado para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP). A mãe chegou a passar mal na delegacia e foi atendida sob escolta em um hospital e recebeu alta na madrugada de quarta-feira (7), quando os suspeitos devem passar por uma audiência de custódia.
O advogado Júlio Mossin, que defende o médico, disse que não teve acesso ao mandado de prisão, mas afirmou que Garnica é inocente. O advogado Bruno Correa, que defende Elizabete Arrabaça, preferiu não se manifestar neste momento porque ainda não teve acesso ao inteiro teor da investigação.
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Quais são os próximos passos da investigação?
A Polícia Civil trabalha para descobrir como a sogra conseguiu a substância encontrada no corpo de Larissa e a motivação do crime. De acordo com o delegado Fernando Bravo, há indícios de que Larissa tenha sido envenenada por dias.
As autoridades também investigam um relacionamento extraconjugal de Luiz Antonio Garnica. Uma amante dele é investigada no caso e o celular dela foi apreendido, assim como telefones do médico e da mãe dele.
De acordo com Bravo, na última semana, quando o mandado de busca e apreensão foi cumprido contra a mulher, ela foi localizada no apartamento onde o médico vivia com Larissa, o que causou surpresa aos policiais.
A Polícia Civil também pediu a exumação do corpo de uma irmã de Garnica, que morreu um mês antes da professora
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
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