Promotor de Justiça vê começo de crime organizado na prática de cobrar para olhar carro em Ribeirão Preto, SP


Flanelinha que tentou extorquir guarda civil foi liberado após prestar depoimento. Polícia Civil decidiu não abrir investigação, mas denúncia foi registrada. Promotor de Justiça vê começo de crime organizado na prática de cobrar para olhar carro em Ribeirão Preto suspeito de extorquir uma guarda civil metropolitana (GCM) em Ribeirão Preto (SP) na manhã desta quinta-feira (10) foi liberado após prestar depoimento.
A polícia decidiu não abrir uma investigação, mas a denúncia contra ele foi registrada. A EPTV, afiliada da TV Globo, tentou falar com Xavier, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.
Polícia de Ribeirão Preto (SP) decidiu não abrir investigação, mas denúncia contra Éder Francisco Xavier foi registrada
Fábio Junior/EPTV
Uma decisão da Justiça de 2018 proíbe a prática em Ribeirão Preto e ainda cobra da prefeitura e do estado providências para inibir a ação de flanelinhas na cidade sob pena de multa de R$ 1 mil por flagrante.
De acordo com o promotor de Justiça Carlos Cezar Barbosa, além de ilegal, a situação ainda pode indicar o começo de um crime organizado.
“É dessa forma que começa a se formar crime organizado, milícia. Daqui a pouco estarão cobrando para olhar a loja do fulano de tal, para olhar a oficina do cicrano, para olhar a casa do fulano. Isso acaba criando crime organizado. O caso que aconteceu no dia de hoje é emblemático, porque é uma espécie de extorsão, ou você paga ou não estaciona aqui, ou você paga ou seu carro é riscado, é uma espécie de extorsão, um crime grave”.
Carlos Cezar Barbosa, promotor de Justiça em Ribeirão Preto, SP
Fábio Junior/EPTV
Segundo o Ministério Público, o crime de extorsão está previsto no Código Penal e a pessoa flagrada praticando a ação pode pegar até dez anos de prisão, além de multa.
Denúncias podem ser feitas pelos telefones 190 ou 181.
Tentativa de extorsão
O flanelinha foi denunciado por Girlei Marconi após ter exigido e insistido que a guarda pagasse antecipadamente para ter o veículo vigiado por ele. Ela discordou da cobrança e acionou a polícia após se identificar como agente pública.
“Me senti intimidada porque ele começou a gritar e falar que se eu não desse o dinheiro eu não poderia estacionar, isso não existe. E outras pessoas que estavam ali também, senhores, senhoras de idade que estão passando pelo médico também se sentem coagidos com essa forma de pedir o dinheiro, na verdade, ele está pedindo, mas está coagindo a pessoa a dar”.
O caso aconteceu quando Gilei parou o carro ao lado de um hospital na região da Avenida Nove de Julho para uma consulta.
“Ele já veio e estendeu a mão, me pediu dinheiro. Aí eu falei: eu vou passar por consultar, assim que eu voltar eu te dou o dinheiro, ele falou: não, então você não pode estacionar. Me identifiquei, falei que eu era guarda metropolitana, que o que ele estava fazendo era irregular, e que ele não podia fazer essa prática, aí ele começou a me xingar devido à minha função”.
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