Quem comprou diploma falsificado de suspeito preso em Sertãozinho também cometeu crime, diz polícia


Paulo Eduardo de Souza Oliveira negociava venda de documentos falsos por meio das redes sociais. Polícia acredita que há compradores em todo o Brasil. Suspeito de falsificar diplomas preso em Sertãozinho, SP, agia em todo o Brasil, segundo polícia
Valdinei Malaguti/EPTV
Pessoas que compraram diplomas e certificados suspeitos de terem sido falsificados por Paulo Eduardo de Souza Oliveira, de 33 anos, preso em flagrante na manhã desta sexta-feira (2), em Sertãozinho (SP), também podem responder criminalmente pela prática.
De acordo com o delegado Eric Natalício Germano, responsável pelo caso, Oliveira vai responder por falsificação e adulteração de documento, mas quem comprou também pode ser indiciado.
“As pessoas que compraram esses documentos também vão responder pelo crime e depois pelo uso de tais documentos, dependendo onde elas apresentaram e onde fizeram uso também”.
A suspeita da polícia é de que Oliveira agia em todo o Brasil e utilizava diferentes universidades e instituições de ensino para a prática.
“A apuração inicial dá conta que tem de várias localidades. Estado do Rio de Janeiro, aqui de São Paulo de várias localidades também. Essas pessoas, pelos números de DDD, também são de várias localidades do Brasil”.
A polícia também vai investigar se Oliveira agia sozinho ou há mais pessoas envolvidas no esquema de falsificação. Além disso, as pessoas que compraram os documentos falsificados, devem ser investigadas nos próprios estados de origem.
“As investigações estão no início, então a gente ainda vai apurar se tem outras pessoas envolvidas e quem foram essas pessoas que receberam esses documentos falsos, até as localidades, para cada circunscrição poder investigar”, diz o delegado.
Polícia teve acesso a troca de mensagens de Paulo Oliveira, suspeito de falsificar diplomas e certificados em Sertãozinho, SP
Valdinei Malaguti/EPTV
No momento da prisão, o computador do suspeito estava logado na página de uma universidade particular.
“Nós encontramos no computador pessoal dele as páginas ativas com login e senha de aluno e uma outra página com a expedição de diploma em nome de terceiro”.
Na delegacia, Oliveira não quis comentar as denúncias e negou que falsificasse documentos.
Anúncio na rede social
Segundo a polícia, Oliveira anunciava a venda de documentos falsificados em grupos e comunidades nas redes sociais, dizendo que eram reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Os valores cobrados variam de R$ 200 a R$ 380.
A polícia teve acesso ao celular e ao computador do suspeito, onde aparecem trocas de mensagens com diversas pessoas interessadas em comprar os certificados falsos.
Em um dos casos, o interessado diz que mora em uma cidade na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia, mas teme transferir o dinheiro ao suspeito, com medo que a negociação seja um golpe.
Interessado em comprar diploma falso troca mensagens com suspeito preso nesta sexta-feira (2), em Sertãozinho, SP
Valdineir Malaguti/EPTV
Mensagens trocadas com suspeito de falsificar documentos mostram interessados de vários estados do Brasil
Valdinei Malaguti/EPTV
Em outro caso, a pessoa pergunta se o suspeito mora em Rondônia, o que indica que ela mesmo pode ser da região Norte.
Preso em Sertãozinho, SP, Paulo Eduardo de Souza Oliveira negociava venda de diploma por aplicativos de mensagem instantânea
Valdinei Malaguti/EPTV
A polícia chegou até Oliveira após uma denúncia anônima recebida no Ministério Público, conforme revelou o delegado Eric Natalício Germano.
“Nós recebemos uma requisição para instauração de inquérito policial pelo Ministério Público com alguns informes iniciais. Diante disso, pedimos mandado de busca, reunimos mais informações e fomos até a residência do investigado. Lá no local, ele estava presente, e logo a gente descobriu alguns documentos físicos de certificados de conclusão de curso”.
Todo o material foi apreendido e será analisado. Oliveira está preso na Cadeia de Pradópolis (SP).
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