Romênia diz que Otan deve responder a invasões russas no espaço aéreo do país

A Romênia pediu que a Otan adote uma resposta “robusta e coordenada” contra invasões do espaço aéreo do país durante ataques de mísseis ou drones russos disparados contra a Ucrânia. A solicitação partiu do ministro da Defesa, Angel Tilvar, nesta quarta-feira (18).

Os países do lado oriental da aliança militar, cujos ministros da defesa se reuniram em Bucareste nesta quarta-feira, afirmaram inúmeras vezes que as atividades da Rússia na região do Mar Negro e fora dela são uma fonte de grande preocupação.

No início deste mês, a Romênia e a Letônia, países da Otan, registraram drones russos caindo após violarem seus próprios espaços aéreos, o que levou a pedidos oficiais de medidas para agir em conjunto no combate às incursões aéreas da Rússia.

Na semana passada, a Ucrânia acusou a Rússia de usar bombardeios estratégicos para atingir um navio de grãos de uso civil em um ataque com mísseis nas águas do Mar Negro perto da Romênia, aumentando ainda mais as tensões entre Moscou e a aliança militar.

“Os Estados do B9 (os países da fronteira oriental da aliança) estão profundamente preocupados com as repetidas incursões de drones e mísseis russos no espaço aéreo da Otan, na Polônia, Romênia, Letônia, bem como com a escalada das tensões ao longo do flanco oriental da Otan”, disse Tilvar a repórteres.

“É por isso que é necessária uma resposta robusta e coordenada em um nível aliado, bem como a aplicação da defesa aérea rotativa e do modelo antimísseis integrado o mais rápido possível”.

O vice-ministro da Defesa polonês, Pawel Zalewski, afirmou que a reunião dos ministros da Defesa da Otan em outubro precisará abordar a destruição de drones que violam o espaço aéreo aliado.

“Confirmamos ataques híbridos contra aliados, bem como a participação de Belarus nas ações da Rússia”, acrescentou Zalewski.

A Romênia tem uma fronteira de 650 km com a Ucrânia e, no ano passado, fragmentos de drones russos entraram frequentemente em seu território. O país também está próximo aos portos ucranianos do rio Danúbio, que são frequentes alvos dos russos.