Santa Casa de Igarapava, SP, afasta médico preso por suspeita de abusar de pacientes


Laerte Fogaça está detido desde esta quinta-feira (1º) e vai responder por violação sexual contra pacientes mediante fraude. Ele era diretor clínico da instituição e fazia parte da equipe médica. Laerte Fogaça de Souza Filho é suspeito de abuso sexual contra paciente em Igarapava, SP
Reprodução/Câmara dos Vereadores de Ituverava
A Santa Casa de Igarapava (SP) afastou nesta sexta-feira (2) o médico ortopedista Laerte Fogaça Souza Filho. Preso na quinta-feira (1º) suspeito de violação sexual contra pacientes mediante fraude, ele era diretor clínico da instituição e fazia parte da equipe médica.
Também na quinta-feira, a Câmara de Vereadores de Ituverava (SP) abriu processo administrativo para apurar a conduta do médico, que é vereador na cidade. A defesa dele nega as acusações.
O Hospital dos Canavieiros, onde uma das vítimas contou que teria sofrido abuso, já tinha afastado o médico das funções conforme determinação da Justiça e abriu investigação interna.
Após denúncia desta paciente de Igarapava, a Polícia Civil descobriu que já havia queixas de mulheres em Aramina (SP) e em Guaíra (SP), feitas em 2020 e 2022.
Até o momento, pelo menos oito mulheres já procuraram a polícia para denunciar o médico. Três depoimentos foram colhidos pelo delegado de Igarapava, Gabriel Fernando Tomaz da Silva.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) também abriu sindicância para apurar a conduta do médico
Advogado de Laerte Fogaça, Matheus Queiroz de Souza afirma que o médico é inocente e que desconhece qualquer um dos relatos das supostas vítimas.
Fogaça estava preso em Franca (SP), mas foi transferido nesta sexta-feira para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul (SP).
Padrão contra pacientes
As vítimas ouvidas pela polícia relataram que, durante a consulta, o médico pediu para que se deitassem na maca de bruços e com as mãos para trás.
Em seguida, ele se aproximou com o pênis ereto e o colocou nas mãos das mulheres ou o encostou nelas.
Segundo o delegado, os boletins de ocorrência antigos contra Fogaça têm similaridade no modo que o médico agida.
“Isso é um indício de que ele poderia estar praticando esse ato com frequência. É bem parecida a maneira como expõe as vítimas. Sempre tem a maca envolvida, um atrito, uma fricção de genitália que a vítima sempre acha estranho e percebe na hora”, diz.
Elas também disseram que o ortopedista massageava o pescoço delas, mas que o toque não era parecido com um exame, e sim com uma carícia sexual.
Fogaça já tinha sido preso em flagrante na quarta-feira (24), após denúncia de uma paciente que havia acabado de sair de uma consulta no Hospital dos Canavieiros, mas no dia seguinte passou por audiência de custódia e acabou liberado mediante pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil e determinação de medidas cautelares.
Na semana passada, o Ministério Público recorreu da decisão, e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em caráter liminar, decretou a prisão dele na quinta-feira (1º).
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