Sindicato dos professores de Ribeirão Preto diz que vagas abertas em concurso estadual são insuficientes


Governo de SP abriu 176 vagas para a cidade e outras 326 para outros cinco municípios da região. Pais dizem que filhos são prejudicados pela falta de profissionais qualificados. Região de Ribeirão Preto, SP, tem 502 vagas para professor
Apesar do anúncio de 502 vagas abertas em concurso público para professores da rede estadual na região de Ribeirão Preto, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que o número é insuficiente para suprir a demanda.
“Em Ribeirão Preto, em torno de 2,5 mil a 3 mil professores são contratados e com a quantidade de 176 vagas, obviamente que isso não dá conta. Existe uma necessidade muito grande hoje de professores efetivos até mesmo por causa da qualidade de ensino. Esse número é para responder politicamente. O governo tem a informação e sabe que esse número é insuficiente para atender a rede hoje”, diz Mauro da Silva Inácio, professor e diretor da entidade.
Só em Ribeirão Preto, segundo o governo de SP, são 176 vagas. Outras 326 vagas são para Franca (101), Sertãozinho (62), Jaboticabal (59), Barretos (58) e São Joaquim da Barra (46).
Alunos são prejudicados por falta de professores em escolas estaduais de Ribeirão Preto, SP
Reprodução EPTV
Professora e mãe de uma estudante de 17 anos que está no último ano do Ensino Médio, Dulcinéia dos Santos conta que a falta de professores prejudica a preparação da jovem que estuda para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguir ingressar em uma universidade.
“É muito preocupante porque ela precisa dessa formação, desse conteúdo que o Ensino Médio pode fornecer para ela conseguir uma vaga em uma universidade. Não depende só do professor, dependemos também de várias instâncias do governo estadual e federal. Estamos pagando nossos impostos acreditando na qualidade e não estamos tendo retorno. É uma decepção muito grande.”
Dentre disciplinas como matemática, geografia, física e química, as matérias de ciências humanas são as mais prejudicadas. Mauro também ressalta que profissionais de complemento pedagógico, como psicopedagogo e psicólogo, são importantes para a aprendizagem.
Falta de professores contratados na rede pública atrasa aprendizado de alunos
Reprodução EPTV
A dirigente regional de ensino de Ribeirão Preto, Marcela Aleixo da Silva Zapparolli, diz que antes da abertura o concurso, foi feito um levantamento para saber quais vagas precisam ser preenchidas para suprir a demanda das escolas.
“Não dá para formar vaga onde não tem. A previsão é suprir todas as vagas. A minha demanda maior é ciências, português, matemática e inglês. Quando tem aluno que tem alguma necessidade especial, abrimos um processo seletivo para um profissional acompanhar especificamente esse aluno”, diz.
Com três filhos matriculados na rede estadual, a professora Tatyana Maestri relata que desde o início do ano, não existem professores específicos para as disciplinas.
“Em geral, são professores eventuais que não acompanham a rotina dos alunos. Às vezes nem é um professor de determinada matéria que precisa ser dada ali. Então sim, faltam muitos professores nas escolas”, afirma.
Por falta de professores, alunos ficam sem aulas em escolas públicas na região de Ribeirão Preto, SP
Reprodução EPTV
Para ela, não ter um professor fixo e qualificado que acompanhe o aluno desde o começo do ano até o final do ano é prejudicial para a qualidade da aprendizagem.
“Como mãe, meu coração fica partido porque a gente quer o melhor para os nossos filhos. A gente quer que eles realizem seus sonhos e a educação é essa ferramenta.”
Marcela afirma que todas as escolas têm professores eventuais, que cobrem faltas diárias de professores concursados e temporários.
“Se os professores avisam de última hora, a gente não consegue. A orientação da Secretaria da Educação é que esses alunos sejam atendidos em outras turmas ou que tenha uma escala de substituição, ou seja, vai um professor coordenador e depois o próprio diretor para a sala de aula e assim os alunos não são dispensados.”
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