Vereador em Ituverava, SP, médico suspeito de abuso sexual contra pacientes é afastado da Câmara


Laerte Fogaça (PDT) é alvo de comissão processante que pode levar à perda do mandato. Alvo de inquérito na Polícia Civil, ele está preso preventivamente e nega as acusações. Laerte Fogaça de Souza Filho é suspeito de abuso sexual contra paciente em Igarapava, SP
Reprodução/Câmara dos Vereadores de Ituverava
Por unanimidade, a Câmara Municipal de Ituverava (SP) afastou o vereador Laerte Fogaça (PDT) do cargo nesta terça-feira (6). A Comissão de Ética também decidiu pela instalação da comissão processante que pode levar o parlamentar à perda do mandato. O prazo para concluir a análise é de 90 dias.
De acordo com o presidente da Câmara, Marcelo de Oliveira Cirilo (PP), durante o afastamento, Fogaça não será remunerado.
Fogaça, que é médico ortopedista, foi preso preventivamente no dia 1º de junho por suspeita de violação sexual mediante fraude em Igarapava (SP). Ele é alvo de um inquérito da Polícia Civil instaurado após denúncias de pacientes que alegaram terem sido assediadas sexualmente durante consultas.
O médico nega as acusações. Ele está no primeiro mandato como vereador em Ituverava.
Acusação de assédio
A revelação dos supostos casos de assédio aconteceu no fim de maio deste ano, depois que uma paciente saiu de uma consulta no Hospital dos Canavieiros, em Igarapava (SP), e foi direto à delegacia.
A mulher disse à polícia que o médico havia passado o pênis ereto nela durante um exame. Ao pesquisar o banco de dados, o delegado identificou que já havia queixas de mulheres contra o especialista em Aramina (SP) e em Guaíra (SP), feitas em 2020 e 2022 pelo mesmo motivo.
“Os boletins de ocorrência antigos contra ele têm uma similitude muito grande no modus operandi para praticar os abusos. Isso é um indício de que ele poderia estar praticando esse ato com frequência. É bem parecida a maneira como expõe as vítimas. Sempre tem a maca envolvida, um atrito, uma fricção de genitália que a vítima sempre acha estranho e percebe na hora”, diz o delegado Gabriel Fernando Tomaz da Silva.
As denunciantes relataram que durante a consulta, o médico pediu para que elas se deitassem na maca de bruços e com as mãos para trás. Em seguida, ele se aproximou com o pênis ereto e o colocou nas mãos das mulheres ou o encostou nelas.
Elas também disseram que o ortopedista massageava o pescoço delas, mas que o toque não era parecido com um exame, mas sim com uma carícia sexual.
A cabeleireira Adélia Aparecida Souza da Silva, de Guará, SP, denunciou o médico Laerte Fogaça Souza Filho por assédio sexual
Arquivo pessoal
Afastamento de outras funções
Após a denúncia da paciente no fim de maio, pelo menos oito mulheres procuraram a polícia e relataram que passaram pelo mesmo tipo de situação.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu sindicância para apurar a conduta do médico.
O Hospital dos Canavieiros afastou o médico das funções conforme a Justiça havia determinado anteriormente e abriu investigação interna.
Fogaça também foi afastado da Santa Casa de Igarapava, onde atuava como diretor clínico e fazia parte da equipe médica.
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