{"id":303,"date":"2023-05-05T06:23:03","date_gmt":"2023-05-05T09:23:03","guid":{"rendered":"http:\/\/spribeiraopretofranca.jornalfloripa.com.br\/financiamento-rural-em-dolar-como-funciona-e-para-qual-perfil-de-produtor-e-viavel\/"},"modified":"2023-05-05T06:23:03","modified_gmt":"2023-05-05T09:23:03","slug":"financiamento-rural-em-dolar-como-funciona-e-para-qual-perfil-de-produtor-e-viavel","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spribeiraopretofranca.jornalfloripa.com.br\/financiamento-rural-em-dolar-como-funciona-e-para-qual-perfil-de-produtor-e-viavel\/","title":{"rendered":"Financiamento rural em d\u00f3lar: como funciona e para qual perfil de produtor \u00e9 vi\u00e1vel"},"content":{"rendered":"

BNDES acaba de lan\u00e7ar programa voltado a exportadores, com expectativa de disponibilizar R$ 2 bilh\u00f5es por ano. Interessados devem ter conhecimento em c\u00e2mbio para optar por contratos em moeda estrangeira, avaliam especialistas na Agrishow 2023. Mesa de negocia\u00e7\u00e3o do Sicredi durante a Agrishow 2023
\nLeandro Carvalho\/Sicredi
\nFrente \u00e0 alta taxa de juros no pa\u00eds, o financiamento rural em d\u00f3lar aparece como uma modalidade de cr\u00e9dito alternativa para empresas e produtores rurais.
\nCom previs\u00e3o de entrar em vigor em maio, um novo programa de aportes anunciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social (BNDES) pode disponibilizar at\u00e9 R$ 2 bilh\u00f5es por ano para aquisi\u00e7\u00e3o de m\u00e1quinas e equipamentos agr\u00edcolas, como forma de levar custos mais competitivos ao setor agropecu\u00e1rio.
\nLEIA TAMB\u00c9M
\nTaxas p\u00f3s-fixadas, subs\u00eddios, cons\u00f3rcios estruturados: como bancos compensam alta dos juros
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\nA modalidade pode ser muito vi\u00e1vel, a depender do perfil do cliente que trabalhe com exporta\u00e7\u00f5es, mas \u00e9 preciso cautela e conhecimento no mercado cambial, explicam representantes de bancos ouvidos pelo g1 durante a Agrishow 2023, maior feira de agroneg\u00f3cio da Am\u00e9rica Latina que acontece em Ribeir\u00e3o Preto (SP).
\nA seguir, entenda um pouco mais sobre essa modalidade.
\nNegocia\u00e7\u00f5es no estande do Santander, na Agrishow 2023
\nAlex Roda\/Divulga\u00e7\u00e3o
\nCr\u00e9dito em d\u00f3lar
\nExistem no mercado diversas op\u00e7\u00f5es de obten\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito em moeda estrangeira, desde contratos que assemelham aos financiamentos tradicionais como a C\u00e9dula de Cr\u00e9dito Rural (CPR), ao adiantamento de contratos de c\u00e2mbio (ACC), que, grosso modo, \u00e9 uma forma de o exportador receber pelo que vendeu antes do efetivo pagamento por parte do importador.
\nD\u00f3lar opera em baixa
\nFreepik
\nComo funciona?
\nA modalidade oferecida pelo BNDES, que \u00e9 uma das opera\u00e7\u00f5es com moeda estrangeira dispon\u00edveis no mercado, \u00e9 um contrato de financiamento, assim como o convencional, mas com a diferen\u00e7a b\u00e1sica de que os recursos tomados s\u00e3o em d\u00f3lar e, por isso, sua quita\u00e7\u00e3o est\u00e1 sujeita \u00e0s oscila\u00e7\u00f5es cambiais.
\nNos \u00faltimos seis meses, segundo cota\u00e7\u00f5es do Banco Central, a moeda norte-americana, para compra, variou entre R$ 4,99 e R$ 5,44.
\n“\u00c9 como se fosse um capital de giro, praticamente igual \u00e0 nossa CPR [C\u00e9dula de Produtor Rural], que \u00e9 a nossa CPR financeira, s\u00f3 que o custo da opera\u00e7\u00e3o \u00e9 o d\u00f3lar. Ent\u00e3o tem uma volatilidade que a gente precisa considerar”, afirma Ricardo Fran\u00e7a, respons\u00e1vel por agroneg\u00f3cios no Santander Brasil.
\nEm compensa\u00e7\u00e3o, os bancos v\u00e3o trabalhar com juros abaixo dos praticados pela economia brasileira – hoje a Selic est\u00e1 projetada em 13,75%.
\nA al\u00edquota de refer\u00eancia, a Taxa Fixa BNDES em D\u00f3lar (TFBD), a ser praticada a partir de 15 de maio, \u00e9 de 7,59% e pode variar de acordo com os prazos dos contratos, previstos entre 25 e 120 meses.
\nEdif\u00edcio-sede do BNDES, que acaba de lan\u00e7ar nova linha de cr\u00e9dito em d\u00f3lar
\nMarcos Serra Lima\/g1
\nPara quem essa forma de financiamento \u00e9 recomendada?
\nOs bancos costumam recomendar esse tipo de opera\u00e7\u00e3o para grandes produtores rurais que, al\u00e9m de terem custos vinculados \u00e0 moeda estrangeira, tamb\u00e9m recebem em d\u00f3lar, como com a comercializa\u00e7\u00e3o de soja nas tradings, grupos formados pelo mercado financeiro que fazem a intermedia\u00e7\u00e3o dos neg\u00f3cios entre produtores nacionais e compradores internacionais.
\nPelo perfil das empresas, \u00e9 uma forma de obten\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito muito comum em regi\u00f5es como o Centro-Oeste do pa\u00eds.
\n“Boa parte dos produtores ficou muito grande, ent\u00e3o eles t\u00eam rela\u00e7\u00e3o direta com tradings que compram soja para exportar, L\u00e1 \u00e9 muito mais comum a trading fazer contrato em d\u00f3lar porque ele administra bem uma moeda estrangeira, coisa que um pequeno produtor n\u00e3o tem”, afirma Roberto Fran\u00e7a, diretor de agroneg\u00f3cios do Bradesco.
\nProdu\u00e7\u00e3o de soja em MS
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Morena
\nIsso porque, segundo ele, pode haver uma compensa\u00e7\u00e3o no fato de se gastar – com m\u00e1quinas importadas, por exemplo – e ao mesmo de se ganhar em d\u00f3lar.
\n“Se ele tem varia\u00e7\u00e3o cambial na d\u00edvida e varia\u00e7\u00e3o cambial quando entrega a soja, ele anula o custo da varia\u00e7\u00e3o cambial para o empr\u00e9stimo e anula porque ele est\u00e1 recebendo. Ent\u00e3o o custo real pra ele fica al\u00e9m da varia\u00e7\u00e3o cambial”, explica.
\nDiretor de cr\u00e9dito do Sicredi, Gustavo Freitas tamb\u00e9m explica que optar por essa modalidade requer conhecimento de mercado.
\n“Para quem esse tipo de linha cabe melhor? Para produtores que em geral produzem na ponta algum tipo de commodity e cuja compra e venda tem cota\u00e7\u00f5es em d\u00f3lar, e ele \u00e9 familiarizado obviamente com esse tipo de cota\u00e7\u00e3o”, diz.
\nO que precisa ser observado?
\nAl\u00e9m da quest\u00e3o cambial em si, h\u00e1 outros fatores que precisam ser observados na hora de se contratar cr\u00e9dito rural em moeda estrangeira, como por exemplo a din\u00e2mica da economia nos EUA e a rela\u00e7\u00e3o entre custos e receitas da empresa.
\n“Existem alguns cen\u00e1rios que precisam ser avaliados. Para clientes que compram insumos e vendem sua produ\u00e7\u00e3o em d\u00f3lar, o financiamento em d\u00f3lar pode ser mais vantajoso pelo fato de que os juros nos Estados Unidos s\u00e3o menores que os do Brasil. Clientes que t\u00eam todos seus custos em reais e n\u00e3o comercializam em d\u00f3lar precisam avaliar se o financiamento em d\u00f3lar n\u00e3o vai gerar um risco de perda futura com efeito cambial”, afirma Ricardo Fran\u00e7a, do Santander.
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